A justiça brasileira decidiu que os psicólogos não podem ser proibidos de fazer terapias de “reversão sexual”. A decisão do juiz federal Waldemar Cláudio de Carvalho, com caráter liminar, está a gerar uma onda de críticas nas redes sociais e o Conselho Federal de Psicologia já disse que vai recorrer.

Foi no final da década de 90 que o Conselho Federal de Psicologia proibiu tratamentos contra a homossexualidade, mas a justiça brasileira entende que essa proibição afeta “a liberdade científica do país e por consequência o seu património cultural, na medida em que impede e inviabiliza a investigação de aspeto importantíssimo da psicologia qual seja a sexualidade humana”, explicou o juiz na decisão, citado pelo jornal O Globo. Acrescentando que tal “afeta os eventuais interessados nesse tipo de assistência psicológica”.

O CFP já disse que vai recorrer da decisão e que vai lutar para manter a resolução de 1999 que materializa “o enfrentamento aos preconceitos e a proteção dos direitos da população LGBT no contexto social brasileiro, que apresenta altos índices de violência e mortes por LGBTfobia”.

Nas redes sociais, a decisão da justiça brasileira está a ser bastante criticada, tendo já sido criada uma hashtag #HomofobiaEDoenca. E no Facebook há já vários eventos criados a promover manifestações nos próximos dias. Uma delas, em São Paulo, na sexta-feira, tem o mote: “Homofobia É Doença! REVOGA JÁ!”

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