A Ryanair informou que os 315.000 passageiros afetados pelos voos cancelados até ao final de outubro foram notificados e mais de metade deverão ter ainda hoje viagens alternativas marcadas.

Em comunicado, a companhia aérea irlandesa low cost (baixo custo) informa que o cancelamento de 2.100 ligações até ao final de outubro vai afetar 315.000 passageiros, número que “é inferior à estimativa inicial de 390.000”, uma vez que as taxas de ocupação para setembro eram de 90%, mas para outubro se ficavam pelos 70%.

Segundo a mesma nota, até ao final do dia desta quarta-feira, a Ryanair espera ter remarcado em voos alternativos da companhia mais de 175.000 passageiros, ou seja, mais de 55% do total de passageiros afetados, e ter processado o reembolso de outros 63.000 (mais de 20% dos clientes afetados). Neste sentido, a Ryanair adianta que reforçou a equipa de atendimento ao cliente para acelerar os processos de alteração de voo ou de reembolso.

O calendário da companhia prevê ainda o processamento de mais de 300.000 alterações de voo ou devoluções (mais de 95% dos passageiros afetados) até ao final da semana.

Na sexta-feira, a companhia aérea low cost (baixo custo) anunciou o cancelamento de 40 a 50 voos por dia durante seis semanas, até ao final de outubro, num total de cerca de 2.000 voos, com o objetivo de “melhorar a sua pontualidade”, que diz ter caído “abaixo de 80%” nas duas primeiras semanas de setembro.

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O responsável de marketing da Ryanair, Kenny Jacobs, garantiu que a companhia aérea está “a trabalhar arduamente para solucionar esta falha de planeamento do “roster” [planificação dos horários de pilotos e tripulação].

“Reforçámos a equipa de atendimento ao cliente para acelerar o ritmo da receção e resolução de pedidos de remarcação de voos ou reembolso”, disse, realçando que a expectativa é “ter a grande maioria destes pedidos solucionados até ao final desta semana”.

Segundo o responsável, a maioria dos pedidos dos passageiros com voos cancelados está a ser solucionada ‘online’, mas, uma vez que as linhas de atendimento estão extremamente ocupadas, solicita aos clientes afetados “um pouco mais de paciência”.

Na segunda-feira, o presidente executivo da Ryanair, Michael O’Leary, assegurou que o cancelamento de voos nas próximas seis semanas não se deve a falta de pilotos, mas a um “erro” na distribuição de férias, tendo assumido “toda a responsabilidade pessoal”.

Numa conferência de imprensa realizada em Dublin, sede da companhia aérea, O’Leary pediu desculpas aos milhares de passageiros que serão afetados por esta medida, mas insistiu que apenas serão afetados 2% de todos os voos da companhia, líder na Europa no setor low cost.

Ryanair garante que não tem falta de pilotos e pede desculpa aos passageiros

Espanha avalia multa de 4,5 milhões de euros pela suspensão de voos

O ministro do Fomento de Espanha, Íñigo de la Serna, avançou que a transportadora Ryanair poderá ser multada em 4,5 milhões de euros por ter suspendido 514 voos com origem ou destino no país.

“Isto é um caso sério. Estamos a falar num conjunto de sanções que, neste momento, devem ser do plano económico”, disse o responsável governamental em declarações à Rádio Nacional Espanhola citadas pela agência EFE.

De la Serna explicou que cabe à Agência Estatal de Segurança Aérea (AESA) determinar a gravidade da decisão e o tipo de sanção que deve ser aplicada, dando a entender que a empresa irlandesa, neste momento, não corre o risco de ver suspendida a sua licença de operar em Espanha.

De la Serna avançou que o inquérito “acaba começar” com o envio de uma carta pessoal ao presidente executivo da Ryanair, Michael O’Leary, que irá agora dar explicações sobre o sucedido.

O ministro acrescentou que, no caso de a transportadora não dar explicações adequadas, a AESA irá criar um mecanismo para que as pessoas afetadas possam apresentar uma reclamação sem custos.

Estamos a seguir o caso com atenção e vamos defender os direitos dos passageiros”, assegurou Íñigo de la Serna.