O Ministério do Interior espanhol – o equivalente ao Ministério da Administração Interna português – pôs em marcha um complexo plano de segurança para o dia marcado para o referendo na Catalunha, 1 de outubro. De acordo com o El Mundo, o planeamento inclui um aumento de polícias e guardas civis nas ruas que pode chegar aos 3 mil efetivos. Estes agentes, que se vão juntar àqueles que já estão destacados na Catalunha, vão assumir-se como a principal força de segurança na região autónoma – acima dos Mossos, a polícia local.

Os Mossos d’Esquadra, ou simplesmente Mossos, são a principal força policial da Catalunha, substituindo largamente a Policía Nacional e a Guardia Civil de outras regiões de Espanha.

Este reforço dos agentes que não Mossos deve-se ao receio do governo espanhol de que a polícia catalã seja passiva no dia do referendo. O planeamento para 1 de outubro permanece blindado e as informações são escassas; Mariano Rajoy quer evitar as fugas de informação e dissipar a ideia de que a Catalunha vai ser tomada pela Policía Nacional e pela Guardia Civil.

Durante as últimas semanas, antes ainda das detenções desta quarta-feira, a Guardia Civil manteve os agentes que habitualmente fazem o “turno de verão” na Catalunha. Além disso, o governo enviou para aquela região unidades de intervenção policial, os especialistas da Policía Nacional encarregados de garantir a ordem pública.

O dispositivo contempla também a colocação de agentes de investigação e de elaboração de diligências. De acordo com o El Mundo, responsáveis da área da Polícia Judicial procuraram voluntários tanto na Unidade Central Operativa da Guarda Civil como na Unidade de Delinquência Económica e Fiscal da Polícia para participar nas investigações abertas pela comissão de atividades criminosas.

Está previsto que em menos de 24 horas chegue à Catalunha um contingente de agentes que está habituado a realizar detenções para que a ação seja mais rápida. Há um grande receio por parte do governo espanhol de que os Mossos possam obstruir investigações e complicar processos de imputação de alegados criminosos.

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