Rodrigo Duterte, Presidente das Filipinas, afirmou que irá dar ordem para matarem o seu filho se forem provadas as acusações de que está envolvido no tráfico de droga, acrescentando que protegeria o agente da polícia que o matar.

“Já o tinha dito, a minha ordem é: se eu tenho filhos envolvidos com droga, matem-nos para que as pessoas não tenham nada a dizer. Disse ao Pulong [alcunha do filho, Paolo Duterte]: ‘a minha ordem é matar-te se tu fores apanhado. E vou proteger o polícia que te matar, se for verdade'”, afirmou Rodrigo Duterte, citado pelo jornal inglês The Guardian, esta quarta-feira, mas sem nunca abordar concretamente as acusações de que o filho é alvo.

Paolo Duterte, vice-presidente da câmara de Davao, é acusado de fazer parte da máfia chinesa, que fez entrar um carregamento de metanfetaminas na capital, Manila, num valor de 105 milhões de euros, refere o Independent. Acusações feitas por um membro da oposição ao governo e que Paolo negou, perante o Senado.

Paolo Duterte, filho do Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, quando foi ouvido no Senado (NOEL CELIS/AFP/Getty Images)

O presidente das Filipinas tem levado a cabo uma dura guerra contra o tráfico de droga no país. A sua promessa eleitoral, aliás, era matar até 100 mil traficantes e toxicodependentes. Desde que foi eleito, a 30 de junho de 2016, contam-se mais de 3.800 mortos em operações anti-droga e outros mil em circunstâncias ainda por explicar.

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De acordo com o The Telegraph, já enquanto presidente, Duterte considerou que as crianças mortas no decurso das operações eram “danos colaterais” e garantiu que apenas deu ordens à polícia para matar em legítima defesa.

Os métodos de Duterte têm sido alvo de críticas e várias pessoas protestaram, na semana passada, contra o massacre que tem sido levado a cabo. Mas há também quem defenda o presidente, olhando para ele como alguém que poderá pôr fim ao crime à corrupção nas Filipinas.

A oposição, contudo, acusa Duterte e a sua família de estarem envolvidos em negócios corruptos desde o tempo em que o atual presidente era presidente da câmara de Davao.