O que interessa saber
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Nome: Herdade da Matinha
Abriu em: 1996
Onde fica: Herdade da Matinha, 7555-342 Cercal do Alentejo
O que é: Um turismo rural na Costa Alentejana, com 22 quartos espalhados por três casas no meio de uma herdade de 110 hectares, cavalos, piscina e horta.
Quem manda: Alfredo Moreira da Silva
Quanto custa uma noite: De 99€ (época baixa) a 225€ (época alta) para duas pessoas com pequeno-almoço incluído.
Qual é a vista: Campo
Contacto: 96 884 8579
Reservas: 93 373 9245, reservas@herdadedamatinha.com
Links importantes: Site, Facebook, Instagram
A história
Alfredo Moreira da Silva é um artista e isso vê-se não só nos muitos quadros que estão espalhados pela Herdade da Matinha mas também nas cores fortes que pintam as portas dos quartos e no jogo de cintura que foi preciso para começar a receber hóspedes. Há 21 anos, e a viver no Porto, estava de malas feitas para voltar para a Austrália juntamente com a mulher quando tropeçaram na propriedade alentejana e perceberam que já não queriam sair. Pediram um empréstimo para pôr o turismo rural de pé — em 1996 isso não era assim tão habitual — e começaram com quatro quartos, um furo de água e eletricidade. Ao fim de dois anos já eram 16, atualmente somam 22, espalhados por três edifícios tipicamente alentejanos: a Casa do Lavrador, a antiga vacaria e o celeiro, batizados simplesmente de Casa de Cima e de Baixo.
Quando se chega à propriedade percebe-se o que apaixonou o casal ao ponto de mudar completamente de vida. Há alpendres e recantos por todo o lado, árvores de fruto tão carregadas que não têm outro remédio se não estender os ramos para o chão, cavalos gulosos de maçãs e uma paisagem de montado que se estende por 110 hectares. O ambiente não podia ser mais rural, ou não estivéssemos no Cercal do Alentejo, mas a praia fica a apenas 10 quilómetros e há quem saia cedo para umas aulas de surf.
Continuando o percurso iniciado há mais de duas décadas, este verão a Herdade da Matinha cresceu mais um pouco, com uma nova sala de jantares e pequenos-almoços feita propositadamente a pensar nos casais que querem ficar mais resguardados (há apenas mesas de dois lugares) e enormes janelões panorâmicos para continuar a deixar entrar o campo.
O pequeno-almoço
Numa casa de família, é natural chegar à sala de pequeno-almoço com a sensação de ter entrado na cozinha de alguém. Da balança antiga aos móveis envidraçados e rústicos cheios de louça, o buffet com que arrancam as manhãs está também ele recheado de pormenores caseiros, a começar pelo pão, feito umas horas antes no forno, e a terminar nos doces confecionados com fruta da herdade, dos figos às maçãs. O pequeno-almoço é servido todos os dias das 8h30 às 11h e não faltam queijos, manteiga, fiambre, presunto, iogurte, cereais, granola, sumos naturais e bolo caseiro pousados nas bancadas. Os quentes são feitos no momento e vão dos obrigatórios ovos e omoletes às generosas panquecas.
Depois do pequeno-almoço, há uma carta mais leve para quem quer ficar pela propriedade a relaxar ou a aproveitar a piscina, à base de tostas, sandes e saladas, e às 20h30 são servidos os jantares, mediante reserva prévia e com um menu fixo em duas modalidades: 28€ (entrada, sopa, um prato de carne ou peixe e sobremesa), ou 38€, se quiser os dois pratos. Pormenor que faz a diferença: muitos dos ingredientes usados são retirados diretamente da horta biológica, estrategicamente cultivada ao lado da cozinha.
Os serviços
Logo junto à receção da Matinha, uma parede foi pintada com tinta de ardósia para listar, de forma bem visível, as várias atividades disponíveis na herdade, mediante reserva. Para além dos piqueniques no campo (22€) e dos workshops para crianças (20€), aos domingos, terças e quintas há aulas de ioga às 9h30 (15€) e é possível marcar massagens com velas ou pedras quentes (60€).
Inevitavelmente populares são os 10 cavalos que fazem parte do Centro Hípico da herdade e nos quais se podem fazer passeios, por 30€ por pessoa. Antes de pôr o pé no estribo e subir para a sela, é provável que a instrutora Ricardina Menezes deixe que lhes passe a mão no pelo, ou até mesmo a escova.
Para relaxar, a piscina junto ao laranjal chega e sobra. Se o tempo não ajudar, há várias lareiras espalhadas pela casa principal, um bar de madeira que consegue ter ainda mais revistas do que garrafas (e salamandra), e uma sala com jogos de tabuleiro antigos e lápis para as crianças desenharem. Ah, também há televisão, mas só para ver DVDs, já que as notícias — se não ligar o wi-fi — são para ficar lá fora.
Coisas para fazer à volta
Não é preciso ir muito longe para explorar a Costa Alentejana. Na verdade, nem é preciso pegar no carro. Mesmo dentro da Herdade da Matinha passa uma parte do percurso histórico da rota vicentina. Dali são cerca de 10 quilómetros a pé até Porto Covo (o caminho total tem mais de 200), numa estrada de terra bem sinalizada com os habituais traços dos caminhos pedestres e ladeada pelos obrigatórios sobreiros alentejanos, ou não fosse esta uma rota rural.
Se prefere ver o mar, as praias mais próximas da herdade são as dos Aivados e do Malhão: a primeira fica a oito quilómetros, a outra a 17 de carro.
Para além de Porto Covo, Vila Nova de Mil Fontes também está a uma curta distância, com a famosa Tasca do Celso e os croissants e gelados da Mabi a servirem de estandarte aos que dizem que o ar marítimo abre o apetite. Um pouco mais a sul fica a movimentada Zambujeira do Mar e o ainda mais concorrido Azenha do Mar, o restaurante que meio mundo procura quando o assunto é encher a barriga de marisco.
O Observador ficou alojado a convite da Herdade da Matinha.
“Um fim de semana, um hotel” é uma rubrica do Observador onde se dão a conhecer hotéis de norte a sul de Portugal.