Tudo começou há um ano. Na altura, Colin Kaepernick, o quarterback dos San Francisco 49ers, sentou-se durante o hino nacional naquilo que dizia ser um protesto contra o tratamento desigual das minorias nos Estados Unidos. Após o ato, e tendo-o discutindo Nate Boyer, antigo jogador da NFL e veterano de guerra, optou na ocasião seguinte por se ajoelhar, por — mesmo sendo um protesto — era mais respeitável. Na passada sexta-feira, durante um comício no Estado do Alabama, Donald Trump decidiu ressuscitar a controvérsia e afirmar “despeçam esses sons of bitches [filhos da mãe] que não honram o nosso País!”.

Trump deixa mundo do desporto em pé de guerra

A respostas dos jogadores da liga profissional de futebol americano não tardaram. Este domingo, os atletas dos Baltimore Ravens e dos Jacksonville Jaguars ajoelharam-se durante o hino norte-americano, naquele que foi visto como o ripostar às afirmações do presidente. Donald Trump correu para o seu sítio favorito – o Twitter – e voltou ao assunto com uma série de tweets inflamados que incluíam frases como “patriotas corajosos lutaram e morreram pela nossa bandeira americana […] TEMOS de a honrar e respeitar!” ou “ficar em pé ou de braços entrelaçados é bom, ajoelhar não é aceitável” e, claro, o já habitual “estão despedidos!”.

A polémica saltou dos campos de futebol americano para os pavilhões de basquetebol quando Stephen Curry, o melhor jogador da NBA, disse que não ia estar presente na tradicional visita à Casa Branca (os campeões da NBA, neste caso, os Golden State Warriors, a equipa de Curry, costumam fazer uma visita presidencial). Trump apressou-se a “desconvidar” o jogador.

Mas Stephen Curry não foi o único a reagir às afirmações de Donald Trump. Aliás, o Twitter e as restantes redes sociais têm sido inundadas de reações aos insultos do presidente, que vão desde os próprios atletas a cantores, apresentadores e atores. Veja as melhores.

O cantor Sean Diddy fez uma comparação entre as declarações de Trump sobre os protestos em Charlottesville e o ataque aos jogadores da NFL.

O jogador Robert Griffin afirmou que o presidente não pode liderar o mundo se nem sequer consegue unir o próprio país.

Outro jogador, Lesean McCoy respondeu na mesma moeda: com um insulto.

Eric Ebron questiona-se sobre se também dizem ao presidente para falar só de política, tal como dizem aos jogadores para falarem só de desporto.

Takeo Spikes vai mais longe e fala sobre tirar Donald Trump da Casa Branca.

O antigo jogador Lance Moore diz que não está surpreendido por Trump ter mostrado mais desagrado com os protestos dos atletas da NFL do que com os neonazis em Charlottesville.

O cantor John Legend diz que Donald Trump só é leal a duas coisas: supremacistas brancos e Vladimir Putin.

A mãe de Colin Kaepernick, o jogador que há um ano foi o primeiro a ajoelhar-se durante o hino, disse no Twitter que está orgulhosa.

O apresentador Francis Maxwell lembrou que a direita norte-americana não gosta de nenhum protesto contra a desigualdade racial – seja pacífico ou não.

O veterano do exército dos Estados Unidos Charles Clymer lembrou que, há um ano, a jogadora da seleção feminina de futebol dos EUA Megan Rapinoe foi a primeira a ajoelhar-se em apoio a Kaepernick.

O humorista Terrence Williams fez um vídeo em que opinava sobre toda a polémica entre Trump e a NFL. Pouco depois, o Instagram eliminou a publicação. Williams mostrou todo o seu desagrado.

A famosa apresentadora Ellen DeGeneres disse estar orgulhosa dos jogadores da NFL.