O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou esta segunda-feira o desejo de ver formado um novo Governo na Alemanha que mantenha um bom relacionamento com Portugal, na sequência das eleições alemãs de domingo.

Questionado hoje pela Lusa em Luanda, onde se encontra para assistir, na terça-feira, à cerimónia de investidura de João Lourenço como novo Presidente de Angola, Marcelo Rebelo de Sousa escusou-se a comentar os dados das eleições alemãs, nomeadamente a subida da extrema-direita.

O que eu desejo é que o Governo alemão se forme e que seja possível ter, com esse novo Governo, um relacionamento entre Portugal e a Alemanha, e no quadro da União Europeia, que seja bom para todos”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

As eleições alemãs deram um resultado histórico à extrema-direita, que entra para o parlamento pela primeira vez desde a II Guerra Mundial e torna-se a terceira força política. A CDU (democratas-cristãos) da chanceler alemã, Angela Merkel, venceu as eleições de domingo com 33% dos votos, menos que os 41,5% conseguidos há quatro anos, preparando-se para cumprir o seu quarto mandato.

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“Não gosto de comentar eleições noutros países, aceito-as como elas são”, acrescentou o chefe de Estado português, à margem de uma visita à Escola Portuguesa de Luanda.

O Partido Social-Democrata (SPD) alemão, liderado pelo ex-presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, ficou no segundo posto e já anunciou que pretende ser oposição, não renovando a coligação anterior.

Em terceiro lugar ficou a extrema-direita (AfD), com 12,6% dos votos, enquanto o partido Die Linke (A Esquerda) conseguiu 9,2%, ligeiramente acima de os Verdes, com 8,9%, completando um parlamento com seis forças, ao invés das anteriores quatro.

Depois de três mandatos e 12 anos no poder, Angela Merkel guardou o mais difícil para o fim