O presidente dos Estados Unidos está desde sexta-feira num bate-boca com vários atletas da NFL e da NBA. Estes recusam-se a escutar o hino nacional de pé, ajoelhando-se em protesto pela violência policial contra cidadãos afro-americanos.

Trump deixa mundo do desporto em pé de guerra

Precisamente na sexta-feira, durante um comício no Alabama, Donald Trump, criticou, por exemplo, a atitude do “quarterback” dos San Francisco 49ers, Colin Kaepernick — ele que foi o primeiro, há quase um ano, a protestar durante o hino nacional. Horas mais tarde, no Twitter, o presidente escreveria: “Se um jogador quer ter o privilégio de ganhar milhões de dólares na NFL, não pode desrespeitar a bandeira da nossa Grande América e deve levantar-se perante o hino. Se não, ESTÁ DESPEDIDO. Que encontre outra coisa para fazer!”

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Outro atleta, o basquetebolista Stephen Curry, dos Golden State Warriors, recusou recentemente o convite para visitar a Casa Branca. E explicaria: “Não quero lá ir. Porquê? Está relacionado com aquilo que é fundamental nas minhas convicções. Não se trata de simplesmente ir à Casa Branca — se lá fosse a conversa seria bem curta”. Trump reagiria de pronto nas redes sociais às declarações do base dos Warriors: “Visitar a Casa Branca é uma grande honra. Stephen Curry tem dúvidas, por isso retira-se o convite”.

Mas nem todas as modalidades desportivas nos Estados Unidos protestam deste modo contra a violência policial. No automobilismo, por exemplo, os proprietários das equipas do Nascar proíbem terminantemente qualquer piloto de se ajoelhar durante o hino nacional.

E Trump afirmaria esta segunda-feira estar “muito orgulhoso” da decisão, acrescentando: “Eles [Nascar] não aceitarão o desrespeito pelo nosso país ou pela bandeira — eles disseram isto bem alto e com clareza!” Aproveitando o embalo, voltou a deixar uma farpa aos atletas que o fazem. “Muitas pessoas apuparam os jogadores (que são uma percentagem pequena) que se ajoelharam. Estes adeptos exigem respeito pela bandeira! Ajoelharem-se nada tem a ver com raça.”

Durante o Motorspeedway em New Hampshire, este domingo, alguns proprietários de equipas que competem no Nascar, ameaçaram despedir os pilotos que não respeitam a cerimónia do hino norte-americano. Richard Childress afirmou mesmo que qualquer piloto que trabalhe para si “deve respeitar o país em que vive”. E prosseguiu: “Muitos deram as suas vidas pelo Nascar. Esta é a América”. Outro proprietário, Richard Petty, endureceria o discurso: “Qualquer um que não defenda o hino deve ser expulso do país, ponto final”.