A Unidade Anti-Tráfico de Pessoas da Direção Central de Investigação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) está a investigar uma nova rota de tráfico de crianças que usa Portugal como porta de entrada para o espaço Shengen, avança a edição desta quarta-feira do Diário de Notícias.

Os menores, oriundos de países africanos a sul do Saara de língua inglesa ou francesa, vêm acompanhados por adultos que trazem “documentos bons” ou verdadeiros. O destino não é Portugal, mas outros países como França ou Alemanha.

Segundo o jornal, a Unidade Anti-Tráfico de Pessoas do SEF detetou, desde março, cinco crianças nestas condições, com documentos falsos, no aeroporto de Lisboa. Num dos casos, foi possível descobrir quem eram os pais, mas nos outros não se conseguiu determinar a origem das crianças.

“É difícil sabermos quem são, a verdadeira identidade, até porque alguns já não estavam com os pais”, disse ao Diário de Notícias fonte do SEF, acrescentando que há suspeitas de menores “vendidos” pelas próprias famílias como escravos. Os menores detetados pela Unidade Anti-Tráfico foram todos institucionalizados.

O SEF acredita que o número de crianças a entrar na Europa através de Portugal pode ter sido maior, mas não tem provas. Além disso, a cooperação por parte dos países de origem tem sido pouca ou nenhuma, o que dificulta a investigação. “A localização geográfica de Portugal e o facto de as rotas antigas já estarem identificadas está a levar estas redes criminosas a abrirem novas rotas, onde se inclui Lisboa”, disse a mesma fonte. O Diário de Notícias refere ainda que as crianças podem estar a ser usadas para exploração sexual, laboral ou servidão doméstica.

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