Na conferência de imprensa antes do jogo, Jorge Jesus chamou-lhe “extraterrestre”; na conferência de imprensa depois do jogo, ficou-se pelo “jogador de outra galáxia”. “Ou o baixinho, como lhe costumo chamar. Mas sem esquecer o outro que ainda por cima é português, o Ronaldo”, acrescentou. Mais uma vez, um jogo entre duas equipas com 11 elementos voltou a resumir-se em algumas fases a dois jogadores. E um dos quais nem sequer estava em campo. Mas, na casa de Ronaldo, que mereceu um cartaz gigante na Curva Sul antes do início do encontro (CR7, o melhor do mundo), Messi conseguiu ser herói por alguns segundos.

O encontro caminhava teimosamente para os instantes finais quando, do nada, um jovem invadiu o relvado para se ajoelhar perante Messi, beijar a sua bota e cumprimentá-lo. No caso do argentino, esta é quase uma regra; em Alvalade, que mais não seja pelo fosso, uma verdadeira exceção. Conseguiu esse objetivo, antes de ser retirado do campo pelos seguranças que tentavam “limpar” a imagem após serem fintados. E o estádio José Alvalade manifestou-se, começando a gritar bem alto a música que costumam dedicar a… Cristiano Ronaldo.

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De uma maneira ou outra, o mundo do futebol é daqueles a quem todos chamam extraterrestres. E se dúvidas existissem, basta dar uma vista de olhos nos jornais catalães de hoje: enquanto o Sport escrevia um texto de lançamento da partida praticamente cingido ao amor que os sportinguistas têm por Ronaldo no dia em que lá regressaria Messi, o Mundo Deportivo fazia alusão a uma camisola do Manchester United assinada pelo português que estava na parede do restaurante onde as direções de Sporting e Barcelona almoçaram (com o líder leonino, Bruno de Carvalho, a chegar com um atraso de 45 minutos, de acordo com a publicação).

No entanto, esta ficará para sempre como uma noite para mais tarde recordar: Messi igualou os 593 jogos oficiais de Puyol no Barcelona, passando a figurar no top-3 dos jogadores com mais partidas pelos blaugrana. Não foi hoje que o argentino chegou aos 100 golos em provas europeias (99), mas conseguiu escrever mais uma página na história do clube e numa altura onde ainda ninguém percebeu muito bem se já renovou ou não.

De resto, esta foi uma noite até desinspirada para o número 10 dos catalães: marcou o livre que originou o autogolo de Coates, fez uma finta fabulosa a Battaglia (que ficou a ganhar nos duelos, acrescente-se), deixou mais alguns pormenores de génio (incluindo uma finta no chão que quase saiu), mas teve pouco jogo a passar pelos seus pés e nem de livre direto conseguiu fazer a diferença. Mas, à saída do recinto, ainda parou para tirar umas selfies com fãs que estavam perto da zona mista. Nem parecia que estava na casa de Ronaldo.

https://twitter.com/MessiTweets_/status/913125994751459328

https://twitter.com/FutbolOfMessi/status/913135948178841600