O ex-presidente da Câmara do Porto Rui Rio considerou esta quarta-feira que o PSD está “numa situação que não é fácil” relativamente às eleições autárquicas de 1 de outubro, tendo em conta as sondagens que têm sido divulgadas.

“As sondagens podem enganar-se como é lógico – enganam-se seguramente – mas temos todos a perceção que é muito difícil e, portanto, aquilo que todos nós devemos fazer é estar unidos a apoiar os diversos candidatos que o PSD tem por esse país fora”, disse Rui Rio.

O ex-presidente da Câmara do Porto falava aos jornalistas em Águeda à margem de uma conferência organizada pelo PSD local sobre o tema Poder Local e Gestão Política.

Questionado sobre uma eventual candidatura à liderança do PSD, o ex-autarca manifestou-se “desgostoso” com as notícias que têm saído sobre esse assunto, defendendo que todos devem estar concentrados nas eleições autárquicas.

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“Não é de bom-tom estar a meter notícias nos jornais com especulações sobre a vida interna do partido. Isto já não era bonito há um mês atrás, em cima das eleições ainda menos. Eu não concordo nada com isso. Podem usar o meu nome como quiserem – eu não posso proibir – mas não é com a minha participação nem com a minha concordância”, afirmou.

Durante a conferência, o social-democrata considerou que quase todos os partidos políticos “tendem a desvalorizar” as eleições autárquicas e a achar que “são eleições de segunda divisão”, uma ideia com a qual disse não concordar.

“Para mim, não é mais importante eleger 230 deputados do que eleger milhares de autarcas. É até mais importante eleger milhares de autarcas para o quotidiano da vida das pessoas”, considerou.

Rui Rio sublinhou ainda a importância do poder local, que tem uma “obra notável”. “Nós falamos mais daquilo que são os erros e há muitos erros efetivamente, mas há um grande trabalho desenvolvido em prol da qualidade de vida das populações”, observou.

O ex-secretário-geral do PSD rejeitou ainda a ideia de que as autarquias tenham endividado o país, considerando que a “grande dívida pública foi feita pela administração central”.

“As 308 [Câmaras] no seu conjunto estão desendividadas. Algumas estão muito mal, outras estão muito bem, outras estão assim-assim”, disse Rui Rio, concluindo que as autarquias “dão dez a zero à administração central”.