O que interessa saber

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Nome: Santiago Hotel Cooking & Nature
Abriu em: 2017
Onde fica: Rua Cidade de Beja, 7540-122 Santiago do Cacém
O que é: Um hotel no Litoral Alentejano, com 32 quartos, um restaurante, uma piscina exterior e vários workshops de culinária
Quem manda: Discovery Hotel Management
Quanto custa uma noite: De 90€ (época baixa) a 150€ (época alta) para duas pessoas com pequeno-almoço incluído.
Qual é a vista: Vila
Contacto: 26 924 9900
Reservas: reservations@santiagohotel.pt
Links importantes: Site, Facebook, Instagram

A história

Na origem deste hotel pode não estar um romance daqueles nem a história de alguém que muda de vida para se refugiar na tranquilidade do campo. Ainda assim, tem o seu quê de especial. O Santiago Hotel Cooking & Nature é o mais novo de seis irmãos, que é como quem diz a mais recente abertura da Discovery Hotel Management (DHM), no segmento Design Collection. O edifício já cá estava e vinha com a assinatura de Francisco Aires Mateus. O antigo Hotel Caminhos de Santiago esteve fechado durante quatro anos e dita o manual de boas práticas da DHM que os seus design hotels se instalem em edifícios que, em tempos, também já forma hotéis.

Dito e feito. O primeiro hotel da cadeia no Alentejo abriu no início de julho, um projeto de remodelação do atelier Saraiva + Associados, com design e decoração de interiores de Pureza Magalhães. Sem causar ruído na paisagem, os 32 quartos (número que já inclui uma suite) têm provavelmente as vistas mais desafogadas da vila. O Castelo e o Cento Histórico de Santiago do Cacém vêm em primeiro plano, os altos e baixos do Alentejo Litoral ficam logo atrás e o mar espreita na linha do horizonte, sem serem precisos bicos de pés. Quase impercetível na hora do check-in, o edifício cresce em volumetria quando se atravessa o restaurante e se chega à zona da piscina.

Através do minimalismo, a arquitetura moderna conseguiu moldar-se à paisagem do campo. O edifício, branco, tal como a maioria do casario da cidade, não vai além do segundo andar. De espaço exterior, são mais uns quantos metros quadrados. A piscina é generosa, com uma zona de espreguiçadeiras e sofás bem desafogada. Logo ao lado, está a velha pousada, que só pelo contraste arquitetónico que cria com o novo hotel já vale a pena existir. Os planos para ela são ambiciosos. Depois de remodelada, o objetivo é integrá-la no complexo do Santiago Hotel Cooking & Nature, possivelmente, mais vocacionada para eventos.

O preço de um quarto duplo varia entre 90€ e 150€, consoante a época © Divulgação

Não é à toa que este hotel se autointitula um restaurante com quartos. O À Terra é a grande estrela deste espaço, com a cozinha aberta, numa espécie de Big Brother culinário. Há câmaras e ecrãs virados para fora, logo é muito fácil estar de olho nos métodos de confeção do chef Diogo Águas. Os hambúrgueres e as pizzas, feitas num forno a lenha, garantem uma dose generosa de comida confortável. O peixe é outra das especialidades, escolhido a dedo por Rosa, um dos nomes maiores do mercado municipal. No Santiago Hotel Cooking & Nature, a comida vai muito além do restaurante. O próprio balcão da receção é um bar, com peças de cozinha penduradas a darem as boas-vindas. O Lobby Market, mesmo em frente, tem vinhos, queijos e enchidos regionais, mas também os utensílios usados para servir à mesa. As louças são da portuguesa Costa Nova, os restantes utensílios são das marcas Chasseur, Bloomingville e House Doctor.

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O pequeno-almoço

A melhor coisa do pequeno-almoço do Santiago Hotel Cooking & Nature é mesmo a tolerância no que toca ao horário. Já que a comida é o centro das atenções, mais vale deixar que os hóspedes desfrutem de todas as refeições sem pressas. Resumindo, até ao almoço, vai a tempo de aproveitar a primeira refeição do dia. Dos ovos aos iogurtes, frutas e cereais, estão lá todos os clássicos. A ementa não tem grandes invenções e prefere manter-se fiel às produtos da terra. Há, por isso, vários tipos de pão, geleias e frutos secos. O melhor conselho é mesmo saborear as coisas mais simples. O segundo melhor conselho é esperar pelos croissants acabados de sair do forno.

Os doces e compotas na mesa de pequeno-almoço, o tal que vai até às tantas © Divulgação

Tal como ao almoço e ao jantar, a informalidade faz sempre parte do menu. Picar, partilhar e até roubar do prato alheio é visto com muito bons olhos. Na mesa, não há talheres no sítio, estão ao centro para que todos possam comer com o que bem entenderem. Com as mãos?Em certos casos, recomenda-se e sinta-se à vontade para lamber os dedos.

Os serviços

A cozinha é o prato principal e a prova disso é que até nos quartos encontra um kit de culinária com aventais e colheres de pau. Aqui, a experiência gastronómica não se resume ao momento em que se senta para jantar. Há workshops que levam os hóspedes para dentro da cozinha, só tem de estar com vontade de sujar as mãos. O rol de experiências começa precisamente nas pizzas. De alentejana, a iguaria tem muito pouco, mas é perfeita para quem quer ver resultados sem passar muito tempo na cozinha. Da massa às manhas para pô-la no forno, todos os momentos são acompanhados por um copo de vinho. No final, é bom que tenha apetite porque vai ter de dar conta da pizza sozinho, mesmo que seja do lanche.

Aprender a amanhar peixe, uma tarefa muitas vezes subvalorizada, é outra das opções das opções. Além da cozinha, o hotel tem ainda uma zona ao ar livre, junto à esplanada do restaurante, onde é possível cozinhar. Só é preciso que o tempo ajude. Se tiver mais tempo, pode sempre alinhar numa ida ao mercado com o chef, ver como se escolhem os melhores ingredientes e depois voltar ao hotel para pôr as mãos na massa. Estas experiências podem ser marcadas à chegada ao hotel e os preços começam nos 15€.

O restaurante chama-se À Terra e cruza os produtos da região com receitas do mundo © Divulgação

Diogo Águas é o chef de serviço. Natural da Figueira da Foz, confessa que, depois de ter ocupado o lugar de sub chef no Azor Hotel, em Ponta Delgada, a cozinha alentejana era das poucas ainda por explorar. Diogo não é o único a orientar os woskshops. O Santiago Hotel Cooking & Nature quer ser um hub gastronómico da região e convidar outros chefs a partilharem as suas especialidades. Ao mesmo tempo, o hotel está já a desenvolver programas para empresas. O lógica será sempre dividir os grupos em duas equipas e pô-las a competir pelo melhor prato.

Coisas para fazer à volta

Santiago do Cacém pode não ser um polo cultural vibrante, mas vale a pena subir até ao Centro Histórico. O castelo é a principal atração. A edificação moura data de 712 e está atualmente ocupada por um cemitério. O passeio junto à muralha é de acesso livro e recomenda-se. A 15 minutos a pé do hotel ficam as Ruínas Romanas de Miróbriga. A povoação remonta à fase final da Idade do Bronze, mas a chegada dos romanos fê-la crescer. Hoje, são visíveis os vestígios das antigas termas e de um hipódromo, cujas ruínas têm 370 metros de comprimento. No local, existe um Centro de Acolhimento e Interpretação, onde a exposição permanente conta a história da velha Miróbriga.

A 25 minutos de carro, há praia. A Lagoa de Santo André é o destino mais recorrente para quem ruma à costa. Todos os anos, a lagoa é aberta ao mar, momento que atrai surfistas e bodyboarders. No hostel A Fragateira pode alugar caiaques e equipamento para paddle surf. A adrenalina não é tanta, mas também exige menos genica. Logo ao lado, fica a Praia do Monte Velho, um areal a perder de vista.

Também nas imediações do hotel, fica o conhecido Badoca Safari Park, uma experiência entre animais selvagens em plena planície alentejana. Se preferir, o Santiago Hotel Cooking & Nature programa-lhe a visita. Além do percurso convencional,tem ainda um programa especial que o leva a conhecer os bastidores do parque. Outro dos programas promovidos pelo próprio hotel é a Jeep Tour. Com uma duração de seis horas e dependendo da altura do ano, o passeio pode ter como temas a tirada da cortiça, a vindima, a produção de azeite, de queijos artesanais e tapeçaria regional.

O Observador ficou alojado a convite do Santiago Hotel Cooking & Nature.

“Um fim de semana, um hotel” é uma rubrica do Observador onde se dão a conhecer hotéis de norte a sul de Portugal.