Um segundo consórcio público-privado foi autorizado pelo Governo angolano a procurar ouro numa área de concessão de mais de 195 quilómetros quadrados do enclave de Cabinda, num investimento superior a 4,2 milhões de dólares (3,5 milhões de euros).

Conforme um segundo despacho do género deste mês, assinado pelo ministro da Geologia e Minas (antes da posse do novo Presidente angolano, João Lourenço), ao qual a Lusa teve acesso, aprova este contrato de investimento mineiro com a sociedade Mongo Mongo Mineração Limitada, participada pela estatal Ferroangol (20%), Grupo Southwind Limitada (65%) e Sofispa (20%), atribuindo os direitos mineiros para a prospeção de ouro na área a concessionar.

A concessão, segundo o documento assinado pelo agora ex-ministro Francisco Queiroz, é feita por até cinco anos, prorrogáveis até 35 anos, ficando aquela sociedade responsável por pagar uma taxa de superfície durante o tempo que durar a fase de prospeção, entre os cinco e os 35 dólares (do primeiro ao quinto ano de prospeção).

Duas das empresas envolvidas nesta sociedade – a estatal Ferroangol e os privados da Sofispa – estão envolvidas numa outra, a Lombe Mining Limitada, que neste caso vai procurar ouro em mais de 381 quilómetros quadrados também do enclave de Cabinda, prevendo um investimento superior a 5,6 milhões de dólares (4,7 milhões de euros).

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A extração de ouro já acontece em Cabinda, mas de forma artesanal e por vezes ilegal, o que levou à abertura, por parte do ministério da Geologia e Minas, de algumas lojas para a “captação” desse ouro.

A aposta neste subsetor mineiro motivou a criação, em maio de 2014, da Agência Reguladora do Mercado do Ouro de Angola.

A Lusa noticiou em junho de 2016 que a mina de ouro do Limpopo, na província angolana da Huíla, deverá entrar em produção industrial até 2018, apresentando um potencial inicial anual, em valores comerciais, superior a 25 milhões de euros.

Trata-se da primeira mina de ouro em Angola a ser explorada depois da independência, em 1975, e abrange uma área de concessão de 1.930 quilómetros quadrados, conforme explicou João Diniz, administrador da empresa angolana Ferrangol, concessionária estatal do setor.

Terá uma produção de 780 mil toneladas/ano de minério. Isto pode resultar numa produção de até 22.218 onças/ano, para começar. Estamos a falar de uma mina que pode evoluir de pequena para grande”, disse na altura o administrador, realçando que a área de exploração ainda é pequena e poderá ser alargada.

Estão ainda em curso prospeções no Chipindo e Mpopo e previsto o “grande projeto integrado de Kassinga e Kassala Kitungo”, sendo as províncias da Huíla e do Huambo alvo do maior interesse.