O prémio Nobel da Paz 2001 e ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan defendeu que a solução para os conflitos armados deve ser política, não militar, e que para consegui-lo é preciso nunca perder a esperança.

“Temos de aceitar que a solução para os conflitos de hoje tem que ser política, não militar, e que para os resolver é preciso confiança para que os processos de paz avancem”, disse Kofi Annan em Bogotá, no último dia da cimeira One Young World (OYW) que reúne na capital colombiana mais de mil jovens procedentes de 196 países.

No seminário “Paz e Reconciliação”, Annan sustentou que não existe uma receita para que o processo seja bem-sucedido, afirmando que “mesmo que o caminho esteja cheio de dificuldades, a recompensa vale a pena”.

Para tal, explicou, os processos de paz devem ser inclusivos, com espaço para escutar as vozes das vítimas e dos aspirantes ao poder, para perseguir a justiça e a paz.

E requer também paciência e compreensão, acrescentou, porque se trata de revitalizar as relações entre a sociedade e o Estado.

Segundo Kofi Annan, um exemplo de êxito no fim de um conflito armado é a Colômbia, cujo Governo assinou a paz com a guerrilha das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em novembro do ano passado.

Esse facto “indica que nunca devemos perder a esperança numa liderança forte”, observou.

Nesse sentido, Annan salientou o trabalho feito pelo Presidente colombiano, Juan Manuel Santos, que lhe valeu o prémio Nobel da Paz em 2016, e com quem dividiu hoje a tribuna na conferência OYW.

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