A partir de 15 de maio e até dia 30 de setembro, com um reforço de pessoal durante a chamada Fase Charlie, a mais crítica dos incêndios, que dura de 1 de julho ao fim de setembro, as 231 torres de vigilância espalhadas pelo país são ocupadas por militares da GNR e civis contratados para fazerem a vigilância da floresta. A 1 de outubro, quando arranca a Fase Delta, os postos de vigia são por norma encerrados — e foi isso que aconteceu na semana passada, ainda que as temperaturas se mantenham idênticas às do verão e de o risco de incêndio continuar muito elevado, noticia esta terça-feira o Jornal de Notícias.

Apesar de só na primeira semana do mês terem sido registados cerca de 900 fogos em território nacional e de o Governo ter decidido prolongar o período crítico do Sistema de Defesa da Floresta até ao próximo dia 15 de outubro, as torres de vigilância continuam vazias e os operacionais da Proteção Civil foram reduzidos em 40%. Ao JN, Jorge Gomes, secretário de Estado da Administração Interna, confirmou a diminuição de efetivos — “Mantemos na Fase Delta 5.518 operacionais, 1.307 viaturas e 18 meios aéreos” –, garantindo que, ainda assim, há neste momento 250 elementos extra no terreno.

À TSF, durante a manhã desta terça-feira, Capoulas Santos, ministro da Agricultura, depositou inteira confiança na Administração Interna: “Estou convencido que a avaliação do dispositivo para esta fase do ano foi equacionada pelo MAI e certamente as decisões tomadas são as decisões acertadas”.

Pouco depois, na mesma rádio, Jorge Gomes abriu pela primeira vez a porta à possibilidade de reativação de parte da rede nacional de postos de vigia. “Está previsto, se se mantiverem estas condições de tempo, poder reativar a rede primária de postos de vigia e isso está a ser tratado pela Guarda Nacional Republicana. E tem de ser brevemente, hoje ou amanhã, não vale a pena estar a adiar muito as coisas. Já foi uma determinação que fiz ontem”, disse o secretário de Estado da Administração Interna. Que, logo a seguir, garantiu que tudo está a correr bem com as operações de vigilância asseguradas pela GNR sem recurso às torres: “A rede primária é a rede fundamental, aquela que tem uma área de observação maior e que poderia dar alguma ajuda mas, como digo, a forma como a Guarda Nacional Republicana está a fazer as operações de vigilância tem sido eficiente e tem sido eficaz. Falamos muito do incêndio da Pampilhosa, o incêndio da Pampilhosa nasceu às 11h da noite e não foi nenhum posto de vigia que o detetou, e teve intervenção imediata”.

Horas depois, em comunicado enviado às redações, o Ministério da Administração Interna (MAI) informa que a partir desta quarta-feira, dia 11, e até ao final do mês de outubro, 72 dos 231 postos de vigia, a chamada rede primária, vão voltar a funcionar.

No mesmo documento, o MAI informa ainda que o dispositivo de bombeiros, durante a Fase Delta foi reforçado com 820 operacionais, o que corresponde a um total de 2.763 — serão 6.400 no total os elementos atualmente ao serviço do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais. Outra alteração: o número de meios aéreos disponíveis a partir do próximo dia 15 de outubro, que segundo o JN deveria passar a dois, com possibilidade de reforço até 8, também foi aumentado: “Estão disponíveis dois aviões pesados, dois aviões ligeiros e oito helicópteros médios. A este dispositivo, juntam-se os meios próprios do Estado, frota composta por três helicópteros ligeiros e três pesados”.

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