Histórico de atualizações
  • O nosso acompanhamento da situação na Catalunha fica hoje por aqui. Os próximos dias serão de suspense, enquanto se aguarda a resposta de Puigdemont ao pedido de Madrid. Mais uma vez, obrigada por ter estado connosco!

  • Ponto de situação

    Em suma, o dia seguinte à declaração de independência “suspensa” da Catalunha foi marcado pelos seguintes acontecimentos:

    • O Conselho de Ministros espanhol reuniu-se pela manhã. O porta-voz da Generalitat, Jordi Turull,aproveitou a oportunidade para garantir que se o Artigo 155 for posto em marcha, a Catalunha “ativará” a sua independência. Contudo, até ao final do dia, nenhum passo foi dado nesse sentido. Em vez disso, foi conhecida uma entrevista de Puigdemont à CNN onde este voltou a pedir ao Governo espanhol uma negociação “sem condições prévias”.
    • O Executivo espanhol deu os primeiros passos para a ativação do 155, enviando uma carta a Carles Puigdemont para que clarifique se declarou ou não a independência.
    • À tarde, a agência Efe revelou que nessa carta constavam os prazos para a resposta de Puigdemont, tendo Rajoy entretanto confirmando essas datas: tem até segunda-feira (dia 16) para confirmar se declarou ou não a independência; se o confirmar, tem até quinta-feira (dia 19) para recuar. Caso contrário,Madrid avançará com o passo seguinte da medida, fazendo um pedido ao Senado com medidas concretas a aplicar ao abrigo do 155.
    • Pedro Sánchez, líder do PSOE, anunciou que fez um acordo com Mariano Rajoy para fazer uma reforma da Constitução de 1978, durante os próximos seis meses. Rajoy confirmou esta disponibilidade na sessão do Parlamento espanhol à tarde. O Ciudadanos mostrou-se disponível para participar nessa reforma.
    • Nessa mesma sessão, os partidos Esquerda Republicana (que faz parte do governo regional da Catalunha), PDeCat (partido a que pertence Puigdemont, também na Generalitat) e do Grupo Basco sublinharam que uma reforma constitucional não terá em conta os interesses catalães e bascos, pois estes representam uma minoria no Parlamento.
    • Vários partidos — Podemos, Grupo Basco e PDeCat — pediram a Rajoy que não avance com o Artigo 155. Já o Ciudadanos pediu-o claramente, apelando a Rajoy para que “lidere”, e reclamou eleições antecipadas na Catalunha. Um dos momentos mais tensos da sessão foi quando o deputado do PDeCat, Carles Campuzano, chamou “falangista” a Rivera e se recusou a retratar-se.
    • O Tribunal Superior de Justiça da Catalunha aceitou a queixa por sedição e rebelião contra Puigdemont.

  • Termina a sessão no Parlamento

    O primeiro-ministro espanhol termina dizendo que não “menospreza a Catalunha”, tal como não menospreza nenhuma pessoa. E a sessão termina por aqui.

  • A réplica de Rajoy

    Rajoy está agora a responder aos partidos, uma vez mais. A Pablo Iglésias pede que tenha “um bocadinho mais de orgulho pelo seu país”, já que este tem “uma Constituição democrática, que garante os direitos e liberdades”.

    A Rivera: “A mim, sinceramente, interessa-me o que irá dizer o senhor Puigdemont e acho que devia interessar a todos nós.” E respondeu com um tom mais duro do que seria de esperar ao líder do Ciudadanos, que lhe tinha pedido “menos prudência”. “O senhor pode opinar. Eu tenho que governar. Também tenho de opinar, mas tenho que governar. Não entendo uma parte do seu discurso.”

  • Rivera chamado de "falangista"

    “Senhor Rivera,o senhor fez uma intervenção própria de um falangista”, disse Campuzano, do PDeCat, ao líder do Ciudadanos. “Quer fazer-nos regressar aos tempos de Franco, sem dúvidas.”

    Rivera teve direito a defender-se, de acordo com as regras do Parlamento espanhol, e sublinhou que é um “democrata desde 1979”. Campuzano foi instado a retratar-se pela presidente do Congresso, mas recusou-se a fazê-lo.

  • E entretanto, mais empresas abandonam a Catalunha

    Agora foi o caso da Cola Cao e da Nocilla, que anunciaram a transferência para Valência “devido à situação política atual”. A empresa espanhola sublinha que “nunca se posicionou politicamente”.

  • "Não me parece inteligente responder a uma proposta de diálogo, de tempo morto, com a ameaça de suspender a autonomia"

    Regressa o deputado do PDeCat, que considera “irresponsável” a atitude do Governo espanhol: “Não me parece inteligente responder a uma proposta de diálogo, de tempo morto, com a ameaça de suspender a autonomia”, diz Campuzano.

  • "Se Puigdemont for detido, vocês são co-responsáveis", diz ERC ao PSOE

    O representante da Esquerda Republicana diz aos socialistas que estes também são culpados pela “resposta autoritária” do Governo e avisa: “Se Puigdemont for detido, vocês são co-responsáveis”

  • Joan Tardá, da Esquerda Republicana, fala numa “oportunidade perdida”. E diz que Rajoy “sabe perfeitamente qual será a resposta de Puigdemont”.

  • Rivera volta à carga: quer Artigo 155 e novas eleições

    “É preciso pensar não só o que vai dizer Puigdemont, mas sim o que vamos fazer pelo nosso país”, diz Albert Rivera do Ciudadanos. “Isto não se resolve em 15 minutos”. E volta a pedir a aplicação do Artigo 155 e a convocação de eleições na Catalunha.

  • "Que resultado teríamos se os catalães votassem agora o texto de 1978?", pergunta Iglésias

    O líder do Podemos usa esse exemplo para reforçar que “existe um problema na constituição territorial deste país”. E pede para que escrevam “novas legalidades” para lidar com a “crise de legitimidade do sistema político”.

  • Iglésias começa por agradecer a Rajoy “o tom” que usou no seu discurso. Pouco depois, diz ao primeiro-ministro que “a lei é para todos, mas nem todos têm a mesma legitimidade para falar dela”, relembrando que vários membros do PP tiveram problemas com a lei.

  • O PSOE aproveitar para deitar as garras de fora a outros partidos: a Yolanda Díaz relembra que “o PP não sequestra a Constituição” porque ela foi “escrita por todos os democratas” e a Rivera diz “bem-vindo à reforma constitucional”, relembrando que os socialistas a pedem há muito tempo.

  • Segue nova ronda de perguntas dos representantes dos grupos parlamentares.

  • Rajoy agradece as intervenções de Rafael Hernando, representante do seu partido, mas também de Albert Rivera, do Ciudadanos. “Pelo seu respeito pela Constituição”.

  • “Não acho que Puigdemont tenha tido uma grande generosidade”, diz o primeiro-ministro em resposta às declarações do deputado do PDeCat. “Mas batasva–me que ele tivesse agora uma pequena generosidade e respondesse ao pedido do Governo.” Esta é, crê Rajoy, “uma oportunidade para construir”.

  • "Há diálogos que não são possíveis", diz Rajoy

    O presidente do Governo volta a dizer que é a favor do diálogo, mas acrescenta: “Há diálogos que não são possíveis. Não posso dialogar quando o diálogo consiste em ‘referendo sim’ ou ‘referendo sim’.”

  • Veja o documento enviado a Puigdemont

    O El País teve acesso ao documento enviado à Generalitat catalã. Pode consultá-lo aqui.

  • Rajoy diz que “nenhuma Constituição no mundo reconhece o direito à autodeterminação”, com exceção das constituições das antigas “União Soviética, Jugoslávia e Etiópia”, em realidades históricas que “falam por si só”.

  • Primeiro-ministro explica o processo

    “O acordo que foi hoje decidido em Conselho de Ministros consiste no seguinte: pedir a Puigdemont, na sua condição de mais alto representante da Generalitat, para que confirme se alguma autoridade da Generalitat declarou a independência na Catalunha”, explica Rajoy.

    “Em caso de resposta afirmativa ou caso não haja resposta, será pedido ao senhor Puigdemont para que ordene a revogação da dita declaração. Ao primeiro pedido tem de responder num prazo que finaliza na segunda-feira às 10h. Ao segundo — que oxalá não se produza — tem um prazo até quinta-feira da semana seguinte, até às 10h.”

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