A capital de França, Paris, acaba de anunciar a decisão de proibir a circulação a todos os automóveis com motores de combustão, sejam a gasóleo ou a gasolina, até 2030. Decisão que, noticia a agência Reuters, surge como o culminar de um esforço do executivo camarário para diminuir a poluição no ar, e que inclusivamente tem levado a proibições temporárias ao acesso de determinado veículos, nos dias em que a concentração de partículas nocivas para a saúde é mais elevada.

Depois de o Governo central ter já fixado 2040 como o ano em que deixarão de poder ser vendidos, em França, veículos movidos a combustíveis fósseis, eis que, agora, são as autoridades de capital gaulesa que adoptam o mesmo caminho, antecipando o “momento final” e acelerando, assim, a adopção de veículos não-poluentes como único meio de transporte na capital francesa.

“Esta decisão deriva da necessidade de conceber uma estratégia a longo prazo, capaz de reduzir os gases que contribuem para o efeito de estufa”, afirma o responsável pela política de transportes, Christophe Najdovski, no elenco camarário liderado por Anne Hidalgo. Acrescentando que “os transportes são um dos principais contribuidores para o aumento dos gases causadores do efeito de estufa, motivo pelo qual estamos a planear o fim dos veículos com motores de combustão, ou movidos a energias fósseis, até 2030”.

Recorde-se, no entanto, que a Câmara de Paris já está sob o ataque de alguns sectores da sociedade, descontentes com medidas como o estabelecimento de zonas sem automóveis, dias sem carros e a aplicação de multas a condutores que entrem na cidade com veículos com mais de 20 anos. Razão pela qual o executivo camarário assume preferir não utilizar o verbo “banir”, mas antes descrever a medida agora anunciada como o estabelecer de uma meta alcançável, a partir da qual os automóveis a gasóleo e a gasolina passarão a estar proibidos de circular na capital.

Segundo números avançados pela publicação francesa da indústria automóvel Argus e citados pela Reuters, existem cerca de 32 milhões de automóveis particulares em França, isto num país que tem uma população a rondar os 66 milhões de habitantes. Sendo que, no caso concreto de Paris, muitos residentes já não possuem sequer automóvel, preferindo optar pelo sistema de transportes públicos, ou então aderindo a uma crescente oferta em termos de partilha de automóveis híbridos, motociclos e bicicletas.

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