“Ricardo Salgado foi uma espécie de boia de salvação para um processo que se estava a afogar nas suas múltiplas teses contraditórias e também uma salvação para outras pessoas”, afirmou a defesa de Ricardo Salgado no Hotel Sana Lisboa, em Lisboa, em relação à acusação tornada pública na quarta-feira, no âmbito da Operação Marquês.

O advogado Francisco Proença de Carvalho afirmou que “não lhe foram apresentados factos e provas, mas suposições sem fundamento”, tendo-se verificado uma “sistemática violação do segredo de justiça”. “Quando se finalmente conhece a acusação, há muito que a opinião publica foi intoxicada com sistemáticas mensagens distorcidas”, afirmou.

A defesa do ex-presidente do BES sublinha que a opinião pública foi contaminada e que “independentemente do que suceder daqui em diante, o processo fica na história da justiça portuguesa”. Proença de Carvalho reiterou que a investigação tem sido condicionada “mesmo antes de qualquer julgamento, acusação e muito menos sentença”.

Considera ainda a defesa que as medidas de coação foram desproporcionadas”, os arrestos foram “indiscriminados e abusivos,” e que Ricardo Salgado levará a sua defesa até às últimas consequências.

De acordo com o despacho da acusação a que o Observador teve acesso, Ricardo Salgado escondeu rendimentos de quase oito milhões de euros, respeitantes a 2011. Na acusação, é especificada uma dívida de 4,77 milhões de euros pela qual Ricardo Salgado é responsável, em conjunto com o ex-presidente da Portugal Telecom Henrique Granadeiro. Já em conjunto com Hélder Bataglia, Ricardo Salgado é responsável por mais quase 1,5 milhões de euros de pagamentos em falta ao fisco.

*Em atualização

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