Moçambique tornou-se “um paraíso seguro” para imigrantes, acolhendo atualmente mais de 20 mil refugiados, mas precisa de políticas que atenuem o peso da imigração nas condições de vida da sua população, considerou esta segunda-feira o Programa Alimentar Mundial.

“Depois de muitos anos de paz, Moçambique tem sido visto como um paraíso seguro para imigrantes, acolhendo atualmente mais de 20 mil refugiados no país”, afirmou, em conferência de imprensa, a representante do PAM no país, Karin Manente.

Falando em conferência de imprensa em Maputo para assinalar o Dia Mundial da Alimentação, Karin Manente nove mil do total de refugiados que estão em Moçambique estão albergados no campo de Marretane, província de Nampula, norte de Moçambique.

“As agências da ONU trabalham em aliança, no apoio ao Governo para acolher os refugiados e também fortalecem os meios de vida desse grupo”, declarou.

Para continuar a ser um refúgio seguro, prosseguiu Karin Manente, o país precisa de ultrapassar os problemas de segurança alimentar e nutricional, para que os fluxos migratórios não coloquem peso adicional ao desenvolvimento do país.

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Por seu turno, a chefe da missão da Organização Internacional para as Migrações, Katharina Schnoring, alertou para o risco de alguns fluxos migratórios ilegais serem conduzidas pelo tráfico de pessoas.

“Viu-se durante o pico do período de seca provocada pelo El Nino em Moçambique, foram detetadas tentativas de tráfico de meninos de Moçambique para África do Sul”, disse Katharina Schnoring.

Schnoring sublinhou que Moçambique deve estar à altura de tirar proveito das vantagens dos seus emigrantes, destacando a importância das remessas do exterior, principalmente para comunidades devastadas pelas calamidades naturais, como em algumas regiões do sul do país.

Este ano, o Dia Mundial da Alimentação é assinalado sob o lema “Mudar o futuro da migração: investir em segurança alimentar e desenvolvimento rural”.