Milhares de catalães saíram esta terça-feira à rua para protestar contra a detenção de dois responsáveis independentistas acusados de sedição, numa altura em que a crise entre Madrid e os separatistas se agudiza.

Perto do meio-dia, milhares de pessoas saíram do seu local de trabalho em Barcelona e em outras cidades catalãs para se manifestar em silêncio durante alguns minutos pela “libertação dos prisioneiros políticos”.

O presidente do governo catalão, Carles Puigdemont, e a presidente da Câmara de Barcelona, Ada Colau, juntaram-se ao protesto.

Na segunda-feira à noite, um juiz de instrução decidiu pôr sob prisão domiciliária Jordi Cuixart e Jordi Sanchez, que lideram as duas principais associações independentistas da Catalunha, respetivamente a Omnium Cultural e a Assembleia Nacional Catalã (ANC).

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

As detenções surgiram após Madrid ter avançado com um novo prazo ao líder dos separatistas, Carles Puigdemont, que termina na quinta-feira de manhã, para que renuncie a declarar a independência da região.

Se Puidgemont não recuar, o Governo espanhol, de Mariano Rajoy, poderá suspender total ou parcialmente a autonomia da Catalunha, arriscando-se a aumentar ainda mais a tensão nas ruas.

Os “dois Jordis”, como são apresentados pela imprensa em Espanha, fazem parte do “núcleo duro” dos responsáveis independentistas que, ao lado de Carles Puigdemont, planearam o referendo de autodeterminação de 01 deste mês.

A votação foi proibida pela justiça espanhola e está na base da crise sem precedentes que opõe o Governo central, dirigido pelo conservador Mariano Rajoy, e os separatistas, que ameaçam declarar a independência com base nos resultados do referendo (90% de “sim” e 43% de taxa de participação, segundo a organização), apesar da profunda divisão na sociedade catalã.