A escultura “Domestikator” do artista Joep Van Lieshout foi retirada do Jardin de Tuilleries do museu Louvre após ter recebido diversas críticas nas redes sociais relativas ao seu teor explicitamente sexual. Agora exposta no museu de arte moderna Centre Pompidou até dia 22 de outubro, a obra de arte de 12 metros faz parte da Feira Internacional de Arte Contemporânea.

“Domestikator” já tinha estado exposta em Bochum, na Alemanha, durante o festival de música e arte Ruhrtriennale, sem nunca gerar controvérsia. Van Lieshout, em declarações à Reuters, mostrou-se surpreendido e desapontado com a decisão do museu “não ter conseguido mostrar a obra de arte”, considerando que não conseguiu explicar as suas ideias “ao grande público”.

Sobre a obra, Van Lieshout disse, em entrevista ao The New York Times, que “não é muito explicita”, mas sim abstrata. “Não há genitais, é bastante inocente”, acrescentou. À Reuters, para além de confessar não saber o que fazer “para a tornar menos sexualmente explícita”, o artista explicou que “Domestikator” trata a domesticação dos animais pelos humanos, tanto para a agricultura como para a indústria, e rejeitou os problemas éticos em torno da questão.

O diretor do museu Centre Pompidou, Bernard Blistene, descarta igualmente os rótulos de “obsceno” e “pornográfico”, que diz estarem “em todo o lado” mas “certamente não nesta obra de arte”. Sobre a escultura, Blistene descreve-a como “engraçada” e “um acenar à relação de abstração e pintura figurativa que coexistiam na arte holandesa do século XX”, rotulando-a antes como “espiritual”.

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Na sua página de Facebook, Joep Van Lieshout partilhou um vídeo da montagem do “Domestikator” frente ao Centre Pompidou.

After it was decided that the sculpture was too provocative for the Jardin de Tuilleries (http://nyti.ms/2xPwwvr),…

Posted by Joep van Lieshout on Tuesday, October 17, 2017

Esta não é a primeira vez que uma obra de arte da Feira Internacional de Arte Contemporânea gerou controvérsia pelo seu suposto teor sexual. Em 2014, o insuflável abstrato “Tree”, do artista americano Paul McCarthy, foi vandalizado por protestantes conservadores devido ao facto de se assemelhar a um brinquedo sexual.