O ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, disse esta quarta-feira que o levantamento dos prejuízos causados pelos incêndios que deflagraram domingo, atingindo vários concelhos da região Norte e Centro, deverá estar concluído dentro de “duas a três semanas”.

De duas a três semanas o levantamento concreto dos prejuízos estará concluído e, a partir daí, definir-se-ão as medidas de apoio para reerguer a vida das pessoas”, afirmou aos jornalistas, no final de uma reunião com os autarcas de Gondomar e Valongo, no distrito do Porto.

O governante explicou que aquilo que o Governo PS está a fazer com os autarcas, ao visitar as regiões afetadas, é pensar “em começar a reerguer e recuperar” as comunidades mais atingidas pelos fogos porque foram “dias muito duros e difíceis”.

Falando em “ocorrências lamentáveis e trágicas do ponto de vista humano”, Pedro Marques frisou que o Estado “está cá” para ajudar as pessoas afetadas do ponto de vista pessoal, social e económico, sublinhando que as populações “têm de ter apoios e vão ter apoios”.

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O país tem agora de se tornar “mais resiliente e preparado” para as condições que, infelizmente, poderão estar para ficar, acrescentou, referindo-se às alterações climáticas.

Aludindo ao Conselho de Ministros extraordinário do próximo sábado, Pedro Marques realçou a necessidade “de melhorar os mecanismos de proteção civil, de tomar decisões com base no relatório da Comissão Técnica Independente [sobre os incêndios de junho] e de começar a reconstruir estes territórios” que foram afetados pelos fogos.

Relativamente à região Norte, concretamente a Gondomar e Valongo, Pedro Marques avançou já terem sido identificados “um conjunto significativo” de prejuízos a todos os níveis. Questionado sobre o valor dos prejuízos, Pedro Marques explicou que ainda não está apurado, sendo “certo” que arderam “centenas de hectares” e se perderam “muitas” explorações agrícolas.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram 42 mortos e cerca de 70 feridos, mais de uma dezena dos quais graves.

Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro. O Governo decretou três dias de luto nacional, entre terça-feira e quinta-feira.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, em junho, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 mortos e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.