O líder do PSD disse esta sexta-feira em Tondela que as responsabilidades na resposta aos incêndios no centro do país, que provocaram a morte a 44 pessoas, não ficam satisfeitas apenas com a demissão da ministra da Administração Interna, sublinhando que muita da responsabilidade do que se passou é do atual Governo.

“A responsabilidade do que se passou também cabe muito ao governo. Não cabe só às situações adversas, não cabe apenas às condições meteorológicas, às circunstâncias ligadas às próprias florestas… a floreta não apareceu de um ano para o outro, as condições adversas não aconteceram de um ano para o outro, mas a falha na resposta adequada falhou clamorosamente de um ano para o outro, e isso tem que ter responsabilidade. Eu penso que essa responsabilidade não fica satisfeita apenas porque a senhora ministra vai mudar, é preciso que muita coisa mude para que estas matérias não se repitam”, disse Pedro Passos Coelho, numa visita a Tondela, um dos locais afetados pelos incêndios do passado fim-de-semana.

O líder do PSD atacou ainda a resposta dada pela Proteção Civil, dizendo que muitos dos responsáveis pela resposta aos incêndios não tinham competência e que deveriam ter sido substituídos depois dos incêndios em Pedrógão Grande, que provocaram a morte a 64 pessoas.

“Houve um falhanço clamoroso da resposta da Autoridade Nacional de Proteção Civil, por relação direta com a incompetência que muitos dos seus responsáveis responderam às situações”, disse, defendendo a sugestão da comissão técnica para que os responsáveis da Proteção Civil sejam indicados por concurso nacional e que exerçam os seus cargos “independentemente dos ciclos de governo de modo a que os governos não tragam cada um os seus comandantes e as suas pessoas de confiança”.

Passos Coelho disse ainda que foram tomadas decisões que, para um deputado da oposição, são difíceis de explicar: “não se percebe como é que a fase Charlie não foi prolongada, como é o que o dispositivo todo que deveria estar à disposição para o combate aos incêndios, não estava disponibilizada e porque é que a vigilância foi desmobilizada, por aí fora. Não se percebe. Há responsabilidades diretas que um deputado da oposição dificilmente consegue explicar porque razão não foram apuradas. Mas não foram”, disse.

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