O diretor da Polícia Judiciária, Almeida Rodrigues, revelou esta sexta-feira que, na investigação de crimes de incêndios florestais, não têm sido encontrados indícios que associem o fogo posto ao crime organizado.

“Na experiência acumulada, as conclusões a que temos chegado é que há variadíssimas causas, variadíssimas razões, mas não temos detetado crime organizado subjacente a estas práticas criminosas”, disse Almeida Rodrigues à margem da cerimónia evocativa dos 72 anos da PJ, em Lisboa.

O dirigente realçou que, durante o verão, foi destacado um grande número de investigadores para as causas dos muitos incêndios florestais que deflagraram e que, até ao momento, foram detidos 108 presumíveis incendiários.

No perfil do incendiário que temos traçado ao longo dos últimos 20 anos temos detetado diversas razões para o cometimento destes crimes desde vingança, alcoolismo e também algumas pessoas com fascínio pelo fogo. As profissões dos suspeitos também são variadas: madeireiros, bombeiros, desempregados, pastores, agricultores”, acrescentou.

As centenas de incêndios que deflagraram, no domingo, no Norte e Centro de Portugal, o pior dia de fogos do ano, segundo as autoridades, provocaram pelo menos 43 mortos e sete dezenas de feridos, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no verão, um fogo que alastrou a outros municípios e que provocou 64 mortos e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.

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