Há muito tempo que o sistema de ensino chinês é sobretudo focado na aprendizagem académica e na preparação dos alunos para exames extremamente exigentes. Mas isso parece estar a mudar. Desde o ano passado que algumas escolas começaram a incorporar nos seus currículos escolares aulas de golfe, ao mesmo tempo que os pais começaram a incentivar os filhos a inscrever-se em atividades extracurriculares como a música ou o ballet, conta o The Telegraph. As lições são obrigatórias e têm como objetivo melhorar o comportamento dos alunos.

Como escreve o jornal, a relação da China com o golfe não tem sido das melhores. Apesar de fortemente criticado por vários líderes chineses (Mao Tsé-Tung chamou-lhe o “desporto dos milionários”), é apreciado por muitos líderes locais. Além disso, a China tem, atualmente, alguns dos melhores campos de golfe do mundo e um grupo de jovens jogadores que tem vindo, a pouco e pouco, a ganhar destaque nos torneios internacionais.

O facto de os jogadores chineses serem cada vez melhores, aliado a um acesso cada vez mais facilitado ao desporto, tem ajudado a atrair cada vez mais adeptos de entre as famílias influentes das zonas urbanas e não só. Segundo o jornal britânico, o interesse pelo “desporto dos ricos” até já chegou às zonas menos abastadas, onde as escolas começaram gradualmente a oferecer aulas de golfe aos seus alunos, um movimento que começou no ano passado numa escola pública em Xangai. Para o diretor desta instituição de ensino, trata-se de “uma ferramenta social importante” que ajuda as crianças “a caminharem em direção à sociedade internacional”.

Em 2004, o Governo chinês proibiu a construção de novos campos de golfe. Apesar disso, estes continuaram a multiplicar-se, numa resposta à grande procura que existe por parte dos oficiais do Partido Comunista. Atualmente, de acordo com o The Telegraph, existem cerca de 700 campos no país, construídos, em parte, graças ao incentivo dos governos locais que veem no golfe uma oportunidade económica e turística.