A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) foi avisada pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) com três dias de antecedência de que 15 de outubro seria o dia mais perigoso de todo o ano de 2017 no que ao risco de incêndios dizia respeito — todos os concelhos estavam em risco e 107 deles, sobretudo no norte e no centro, estavam em “risco máximo”, diz este sábado o Expresso.

“Todos os concelhos do continente tinham, pelo menos, risco elevado de incêndios e 60% tinham mesmo risco muito elevado ou máximo. Isso nunca tinha acontecido em 2017. 15 de outubro foi o dia com o risco meteorológico mais elevado”, disse ao jornal Nuno Moreira, do IPMA.

Apesar dos alertas, o estado de calamidade pública com efeitos preventivos, que foi acionado pelo Governo de António Costa, por exemplo, no passado dia 18 de agosto, numa altura em que 155 concelhos das zonas centro e interior norte do país estavam sob risco de incêndio, não foi declarado.

E apesar de ter havido um reforço de operacionais (mais 882 do que é normal na fase Delta, com início a 1 de outubro; menos 3.300 do que é habitual na fase Charlie, que acaba a 30 de setembro) e de parte da rede de torres de vigia ter sido reativada, as populações não foram avisadas dos riscos que corriam.

Também só estavam 18 meios aéreos disponíveis — “teria sido uma vantagem importante”, admitiu a porta-voz da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, na passada terça-feira.

No total, em todo o país, registaram-se a partir das primeiras horas do passado domingo 524 ignições. Pelo menos 44 pessoas morreram, cerca de 70 ficaram feridas.

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