O papa Francisco reclamou este sábado a necessidade de um clero “unido, fraterno e solidário” no Brasil para enfrentar a “corrupção escandalosa” no país, numa reunião com a comunidade do Pontifício Colégio Pio Brasileiro de Roma.

“Neste momento difícil da sua história nacional, quando tantas pessoas parecem ter perdido a esperança num futuro melhor por causa dos enormes problemas sociais e uma corrupção escandalosa, o Brasil precisa de curas que sejam sinais de esperança”, disse o papa.

Na sua opinião, os brasileiros “precisam de um clero unido, fraterno e solidário, em que os sacerdotes enfrentem juntos os obstáculos, sem cair nas tentações de protagonismo ou de fazer carreira”.

“Estou certo de que o Brasil superará a crise e acredito que vocês atuarão como protagonistas nisso”, disse o pontífice aos alunos e membros da comunidade, que o receberam por ocasião do tricentenário de Nossa Senhora da Aparecida.

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Durante o seu discurso, Francisco dirigiu-se à comunidade de alunos abordando-os como “sacerdotes estudantes” e advertiu-os de que “esta nova condição” pode significar um “desequilíbrio” entre os quatro pilares que sustentam a vida de um sacerdote: a dimensão espiritual, académica, humana e pastoral.

O papa lembrou-lhes que a dimensão académica não deve implicar a negligência dos outros três pilares, porque isso abriria a porta a alguma “doença” para o estudante sacerdote.

Entre esses males, o papa destacou o “academicismo” e “a tentação de fazer dos estudos simplesmente um meio de afirmação pessoal” que acaba por “sufocar a fé”.