Menos de um terço dos portugueses tem a dentição completa e a mais de 12% faltam mais de oito dentes, segundo o barómetro da saúde oral em Portugal de 2017.

No total, há 68% dos portugueses a quem faltam dentes naturais, sendo que 37% têm falta de um a cinco dentes, a mais de 10% faltam seis a oito dentes, a 12,9% faltam mais de oito dentes e a 6,2% da população faltam todos os dentes.

O barómetro, realizado a pedido da Ordem dos Médicos Dentistas e a que a agência Lusa teve acesso, mostra ainda que mais de metade dos portugueses (57,6%) com falta de dentes naturais não tem nada a substituir os dentes em falta. A contabilização da falta de dentes naturais excluiu, neste barómetro, os dentes do siso.

A percentagem de portugueses com dentes em falta e que nada têm a substituí-los tem aumentado, ainda que ligeiramente, em comparação com os dados de 2014 e de 2015.

No atual barómetro, destaca-se que dos portugueses com mais de seis dentes em falta há mais de um terço que não têm nenhuma prótese, dentadura ou implante. “Não queremos ter metade do país desdentado”, assume o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas em declarações à agência Lusa.

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Orlando Monteiro da Silva sublinha que “as pessoas com recursos têm muito mais dentes e as pessoas com menos recursos são muito mais desdentadas”.

“Temos dois pesos e duas medidas. É uma saúde oral totalmente a duas velocidades. Um país que tem acesso a cuidados tem muito menos dentes perdidos e melhores hábitos de higiene. E o país que não tem acesso tem mais dentes perdidos e piores hábitos. Esta dicotomia, esta diferença, todos temos a responsabilidade de combater”, afirmou o bastonário à Lusa.

O barómetro de saúde oral, feito a pedido da Ordem, tem validade estatística e foi realizado através de 1.102 entrevistas presenciais em todas as regiões portugueses, incluindo as regiões autónomas dos Açores e da Madeira.