Três pessoas morreram esta quinta-feira no Quénia e pelo menos 20 ficaram feridas em confrontos no dia das eleições presidenciais, segundo fontes hospitalares e policiais.

De acordo com o diretor de um hospital, Dickens Osimba, um jovem rapaz não resistiu aos ferimentos provocados por uma bala no bairro de lata de Mathare, na capital do Quénia, e um outro homem morreu baleado em confrontos com a polícia, em Homa Bay, segundo uma declaração policial.

Um outro homem, membro da oposição, morreu também em confrontos policiais em Kisumu, uma das cidades do Quénia que é bastião da oposição.

Pelo menos 20 pessoas ficaram feridas nos confrontos no oeste do país (em Kisumu e Homa Bay), entre os quais 10 foram atingidos por balas – alguns dos quais estão em estado grave – e dois por balas de borracha.

A polícia anunciou por seu lado que um polícia ficou gravemente ferido após ser atingido na cara por uma pedra durante confrontos com a multidão em Oyugis, no oeste do país.

Várias localidades do país registaram confrontos entre as forças da segurança e apoiantes da oposição, que ergueram barricadas e tentaram bloquear o acesso às assembleias de voto para as eleições presidenciais.

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No bairro de lata de Kibera, em Nairobi, a polícia lançou gás lacrimogéneo e tiros para o ar para dispersar os manifestantes que tentavam impedir o acesso a várias assembleias de voto.

Situações semelhantes tiveram lugar noutro bairro de lata da capital queniana, em Mathare, assim como em Kisumu e Migori, cidades do oeste que são bastiões do líder da oposição Raila Odinga, que apelou ao boicote da votação.

Raila Odinga, que lidera uma coligação de partidos e movimentos da oposição, boicotou a repetição da votação presidencial face à ausência de reformas na Comissão Eleitoral, que responsabiliza pelas irregularidades nas presidenciais de 08 de agosto, anuladas pelo Supremo Tribunal de Justiça queniano a 01 de setembro.

Cerca de 19,6 milhões de quenianos são chamados a votar esta quinta-feira, mas segundo a agência France-Presse a adesão tem sido reduzida, em contraste com a agitação das eleições de 08 de agosto, posteriormente anuladas pela justiça por “irregularidades”.