A Caixa Geral de Depósitos registou um prejuízo de 47 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o que contrasta com perdas de 189 milhões de euros no mesmo período do ano passado.

Apesar de ainda estar no vermelho, a Caixa assinala em comunicado que o resultado da atividade corrente situou-se a em 473 milhões de euros, destacando o contributo da margem financeira que subiu 18% para 983 milhões de euros. Os resultados em operações financeiras atingiram 301 milhões de euros, contra um valor negativo em setembro do ano passado, e as comissões cresceram 2% nos primeiros nove meses do ano.

A CGD destaca ainda a redução dos custos de operação recorrentes, menos 6%, por via da diminuição da fatura com o pessoal e com custos administrativos e garante que a implementação do plano estratégico “prosseguiu com sucesso, reforçando a confiança relativamente ao cumprimento dos objetivos delineados para o ano em curso”.

O banco já tinha anunciado uma redução dos prejuízos no primeiro semestre deste ano para 50 milhões de euros. O plano estratégico aprovado com a Comissão Europeia prevê que a instituição pública regresse os lucros este ano, mas só prevê que volte a distribuir resultados em 2019, com base nos resultados positivos e 2018.

Caixa reduziu 298 trabalhadores e fechou 63 agências

Os resultados no mercado português ainda são fortemente negativos — 226 milhões de euros nos primeiros nove meses — mas a Caixa diz que retirados os custos não recorrentes com o programa de redução de pessoal e a reestruturação da rede — no valor de 504,9 milhões de euros – o resultado líquido seria positivo. No valor de 278,8 milhões de euros.

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Desde o final do ano passado, a Caixa reduziu 298 colaboradores no mercado doméstico e fechou 63 agências.

Já a área internacional, onde o banco tem ordem para desinvestir, lucrou 179,3 milhões de euros, com o maior contributo a vir do BNU Macau — 59 milhões de euros. Tanto a operação francesa,via sucursal, como a operação espanhola, através do Banco Caixa Geral, tiveram lucros — 29,7 milhões de euros e 17,9 milhões de euros, respetivamente.

Os resultados até setembro mostram ainda uma subida dos depósitos com os recursos totais dos clientes a crescerem 3% face a dezembro do ano passado, mantendo a liderança no mercado nacional com uma percentagem de 23% que sobe para 31% no segmento dos clientes particulares.

A carteira de crédito também dá sinais de melhoria com o crédito em incumprimento (NPL na sigla inglesa) a baixar de 15,8% no final do ano passado para 13,3% em setembro. A Caixa foi um dos bancos que aderiu à plataforma de gestão conjunta do crédito malparado, além de que parte substancial do aumento de capital concluído este ano teve como destino a limpeza de perdas em empréstimos.

O balanço até setembro revela que as imparidades de crédito (perdas) caíram para 80,7 milhões de euros, mas as provisões foram reforçadas para 328 milhões de euros, em linha com o plano de reestruturação.