O Presidente da República colocou pressão no Governo ao dizer que vai manter uma “exigência constante para que não ocorra novamente uma tragédia” como a que aconteceu nos incêndios de Pedrógão Grande e de 15 de outubro, durante uma visita aos Açores.

No balanço da visita de quatro dias aos Açores — que fez numa escola das Sete Cidades — Marcelo Rebelo de Sousa explicou que reduzir a exigência que tem tido com o Governo de António Costa nos últimos dias a uma “realidade circunstancial é empobrecê-la“.

O Presidente justifica que a dureza de tom com o Governo a 17 de outubro não foi “uma questão pessoal ou conjuntural” e acrescenta que se não percebem o que quer dizer é porque “quem ouve, não quer ouvir ou não entende” o que está a dizer.

Marcelo Rebelo de Sousa não quer que se discuta os detalhes das querelas políticas: “Se continuamos a discutir os pormenores, não chegamos lá. E eu como Presidente da República não posso admitir que não cheguemos lá. Fui eleito diretamente pelo povo para exigir a mim mesmo e aos outros que cheguemos lá”. Marcelo define também como uma “questão menor” considerar que a sua exigência a a, b, c, ou d é “por razões conjunturais, fortuitas ou circunstanciais”.

Ainda assim não abdicou de enviar mais recados ao Governo de Costa, dizendo que em primeiro lugar após a tragédia o Presidente “ficou chocado consigo mesmo. Não começava pelos outros, começava por ele próprio, como responsável supremo no quadro da política do Estado português”. Marcelo enaltece aqui o facto de ser a figura cimeira do Estado, mas faz uma crítica velada ao choque que o Governo terá sentido com as suas declarações.

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