O colapso de um túnel num complexo de testes nucleares na Coreia do Norte — Punggye-ri — matou cerca de 200 pessoas, num incidente que ocorreu a 10 de outubro mas que apenas esta terça-feira foi noticiado por uma agência noticiosa sul-coreana e por uma televisão japonesa.

Cerca de 100 pessoas terão ficado soterradas num primeiro colapso do túnel, que estava ainda em construção. Durante uma tentativa de salvamento, terá havido um segundo colapso que matou não só as 100 pessoas que ficaram soterradas mas, também, outras 100 entre os socorristas.

O incidente poderá ter gerado riscos de fuga radioativa, noticiou a agência sul-coreana Yonhap, já que este é o principal complexo de testes nucleares do regime de Kim Jong-Un. A notícia de que a operação de salvamento matou mais 100 pessoas foi avançada pela televisão japonesa TV Asahi, que citou fontes norte-coreanas.

Segundo a televisão japonesa, os colapsos podem ter sido provocados pelos testes nucleares que a Coreia do Norte realizou naquela zona no início de setembro, potencialmente enfraquecendo os terrenos à volta do complexo nuclear de Punggye-ri. Na altura, foi detonada uma bomba de hidrogénio de 100 quilotoneladas, ou seja, cerca de sete vezes mais forte do que a bomba utilizada em Hiroshima, em 1945.

Vários especialistas internacionais já tinham avisado que o complexo poderia desabar como resultado dos testes nucleares que ali estão a ser feitos. O perigo é que as estruturas do complexo sejam afetadas e haja fugas radioativas, que ainda não se sabe se terão ocorrido neste incidente, ou em que medida. Um investigador chamado Lan Xiaoqing, do Institute of Atmospheric Physics, disse que “as consequências podem afetar um hemisfério inteiro”, segundo o jornal The Express.

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