Fan Ho não teve professores: ainda jovem, antes de sair de Xangai com a família, encontrou uma máquina fotográfica Brownie com que começou a explorar Hong Kong em 1949, quando a família se mudou para lá. Dois anos mais tarde, aos 14 anos, o pai deu-lhe um novo presente: uma Rolleiflex com duas objetivas. O jovem Fan Ho havia de fazer a diferença com ela: enquanto todos os grandes fotógrafos preferiam trabalhar dentro de estúdios, Fan Ho optava por ir para a rua e fotografar a vida de anónimos, as paisagens asiáticas e os mercados de relíquias. E isso valeu-lhe 280 prémios internacionais de fotografia a partir 1956, com 25 anos e uma imagem que valia 41 mil euros. Mas algumas das melhores fotos nunca tinham vindo à tona até pouco tempo antes da morte do fotógrafo chinês, em 2016.

Desde que começou a criar um portfólio, já em Hong Kong, Fan Ho tornou-se mebro da Sociedade Americana de Fotografia, da Royal Photographic Society e da Royal Society of Arts, em Inglaterra. Entre 1958 e 1965, o artista chinês foi considerado um dos dez melhores fotógrafos do mundo pela Sociedade Americana de Fotografia.

Para isso contribuiu a fotografia “Approaching Shadow”, tirada em 1954: ao encontrar uma sombra simétrica numa parede, Fan Ho pediu a uma prima que posasse para a câmara em sintonia com o edifício. A fotografia foi vendida por 41 mil euros. Pouco antes de morrer, Fan Ho revisitou os tempos de adolescente e encontrou negativos de fotografias que nunca tinham sido reveladas. Escreveu então um livro de memórias sobre a vida nos anos 50 em Hong Kong. Veja as fotos na fotogaleria.

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