A prisão de Estremera é a mais isolada de Madrid. Fica a 70 quilómetros da capital espanhola, no meio do nada. Mas é prisão mais recente, mais moderna e mais luxuosa de Espanha. Quando foi inaugurada, em 2008, chamaram-lhe “prisão de cinco estrelas”. E é lá que estão presos os seis ex-conselheiros do governo catalão destituído – incluindo Oriol Junqueras, o antigo vice-presidente de Carles Puigdemont.

O estabelecimento prisional de Estremera – também chamado de “Madrid VII” – fica na fronteira entre as províncias de Madrid e Cuenca. Tem 1.214 celas e capacidade para 1500 reclusos. Custou 100 milhões de euros e a superfície total corresponde a 91.761 metros quadrados. Tem um ginásio, um polidesportivo, piscina, mesas de ping-pong, biblioteca, salas de aula, salas audiovisuais e um salão de eventos.

Cada recluso tem direito a um jogo de lençóis e outro de cobertores, uma bolsa com artigos de higiene pessoal, talheres de plástico para as três refeições diárias e um cartão mealheiro, onde a família e os amigos dos reclusos podem depositar dinheiro até um máximo de 100 euros. Este dinheiro pode ser gasto nas lojas no interior da prisão, que vendem artigos básicos e são geridas por reclusos que conquistaram uma maior confiança dos guardas prisionais. Os presos de Estremera recebem roupa do estabelecimento mas podem ter roupa própria e guardá-la nas celas.

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Oriol Junqueras e os outros cinco ex-conselheiros de Carles Puigdemont ficaram sem telemóvel ou qualquer outro meio de comunicação com o exterior assim que entraram na prisão de Estremera. Todos já passaram por um reconhecimento médico: o edifício da enfermaria tem 64 camas, consultas de higiene oral e equipas de telemedicina, que servem para evitar deslocações desnecessárias dos reclusos aos hospitais. Nas primeiras horas, foram entrevistados por assistentes sociais, juristas, psicólogos e professores.

Todos os reclusos podem comunicar com familiares acreditados e amigos previamente autorizados através das cabines telefónicas da prisão. Têm 20 minutos para cada chamada – ao fim-de-semana só podem ligar uma vez, mas têm 40 minutos – e podem falar com quatro pessoas ao mesmo tempo. No caso de não usufruírem de autorizações regulares, podem receber a visita da família pelo menos uma vez por mês, num encontro que dura entre uma a três horas.

Ainda que seja vista como uma prisão moderna e até luxuosa, o La Vanguardia conta que muitos reclusos que entretanto saíram dizem que a piscina nunca funcionou e que a zona de entrada já teve de ser reabilitada devido a vários buracos.