Mauricio Ossola casou com Yolanda Torres, sua tia-avó, em 2015, quando tinha 23 anos e ela 91. Yolanda morreu o ano passado e agora a segurança social diz que Mauricio não tem direito a uma pensão de viuvez. Mauricio diz que casou por amor, mas o sistema de Segurança Social Argentino recusa acreditar, alegando que o casamento entre os dois não foi legítimo.

O jovem vivia em Tres Cerritos, na Argentina, com o irmão, a mãe, a avó e Yolanda desde 2009, aquando da separação dos pais. Sobrinho e tia-avó decidiram casar numa altura em que o jovem estava prestes a abandonar os estudos para ir trabalhar. A cerimónia acabou por acontecer numa província no norte de Salta em 2015, quando Mauricio ainda estudava Direito.

A Yolanda insistiu para que eu acabasse os meus estudos. O nosso casamento foi nobre e uma decisão legítima. Ela era um importante apoio na minha vida e este era o seu último desejo”, contou ao El Tribuno.

No ano seguinte, Yolanda faleceu de septicémia, um conjunto de manifestações graves em todo o organismo, produzidas por uma infeção. Maurício decidiu reclamar os seus direitos, mas autoridades não acederam ao pedido, pois os vizinhos do jovem disseram que nada sabiam sobre o casamento.

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Eu amei a Yolanda na forma mais pura que é possível amar alguém, e esse sentimento, com a dor que a perda dela me causou, vão ficar comigo até ao fim dos meus dias”, afirmou.

A Segurança Social Argentina acredita que Maurício está a tentar obter uma pensão a que não tem qualquer direito. A pensão de viuvez só pode ser concedida se for comprovado que Yolanda era o único apoio monetário de Maurício. Ora esta questão não está bem clarificada no caso de Mauricio, que é hoje um advogado de 26 anos.

Apesar da diferença de idades, Ossola afirma que o casamento foi legal de acordo com a lei argentina, acrescentando que se for necessário vai levar o caso a Tribunal.

A rejeição do meu pedido é infundada e eu não vou trair o último desejo da Yolanda e o juramento que lhe fiz”, disse Maurício Ossola.

Este já não é o primeiro caso do género que acontece na Argentina. Em 2007, Reynaldo Wabeke, de 24 anos, casou com Adelfa Volpes, de 82. Passado 24 dias, ainda os noivos aproveitavam a lua-de-mel, Adelfa acabou por morrer devido a um AVC. O jovem conseguiu a pensão de viuvez do Estado sem qualquer problema e ainda ficou com os bens de Adelfa, mas o caso foi controverso, uma vez que, três anos depois, Reynaldo se casou com um homem.