Lei 1/2018 de 2 de janeiro. Foi este o nome dado por membros do governo catalão ao orçamento da “República Catalã”, elaborado meses antes do referendo à independência de 1 de outubro e à subsequente proclamação dessa mesma República no dia 27 desse mês.

O documento, a que o jornal El Mundo teve acesso, foi enviado no dia 20 de junho, através de correio eletrónico, pela diretora-geral de Orçamento, Anna Tarrach Colls, ao à altura ministro das Finanças da Generalitat, Josep Lluís Salvadó. A troca de emails inclui ainda uma conversa entre os dois onde se fala sobre como “o governo catalão de [Carles] Puigdemont já tinha elaborado, entre outras questões, o papel timbrado do ‘Governo da República Catalã’ e já havia requisitado os fundos públicos para a elaboração dos seus novos logotipos“, segundo conta o diário espanhol.

A conversa foi tornada pública depois de os investigadores do Julgado de Instrução número 13 de Barcelona ter tido acesso aos emails, na sequência da investigação às suspeitas de crimes de má gestão de fundos públicos. Estas comunicações, recorda o jornal, poderão servir de prova.

Greve geral na Catalunha com “efeitos limitados”

A notícia revelada pelo El Mundo surge esta quarta-feira, dia de greve geral na Catalunha. A paralisação foi convocada pelo sindicato independentista Intersindical-CSC, como forma de protesto pela prisão dos ministros catalães demitidos e dos presidentes das associações independentistas Òmnium e ANC. Até ao momento, há a registar 60 cortes de estrada em toda a região.

No entanto, a adesão à greve tem sido muito mais baixa do que a registada na paralisação do dia 3 de outubro, na sequência do referendo à independência. O jornal catalão El Periódico fala numa greve de “efeitos limitados” e aponta como exemplo o sector dos transportes: de acordo com informações fornecidas pelos Transports Metropolitans de Barcelona, o sistema de metropolitano da cidade está a funcionar a 85% do nível habitual (os serviços mínimos estão estabelecidos nos 50% para as horas de ponta).

Também na administração pública, o jornal explica que nos gabinetes da Generalitat “um grande número de empregados apareceu com normalidade nos seus postos de trabalho, segundo vários testemunhos”. Não é possível obter dados oficiais do ministério do Trabalho relativamente aos números de adesão à greve devido à atual aplicação do Artigo 155 e ao facto da ministra do Trabalho demitida, Dolors Bassa, estar neste momento detida, em prisão preventiva.

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