A líder do Governo birmanês, Aung San Suu Kyi, alertou esta quarta-feira para a pressão que a ONU tem exercido devido à crise dos rohingyas e que se pode revelar “prejudicial” ao regresso de centenas de milhares de refugiados muçulmanos do Bangladesh.

O Conselho de Segurança da ONU apelou na segunda-feira à Birmânia para que trave a sua operação militar no estado de Rakhine, região onde viviam os rohingyas, e permita que as centenas de milhares de refugiados regressem a casa.

Esta declaração conjunta “ignora o facto de os problemas com que a Birmânia e o Bangladesh se confrontam hoje só poderem se resolvidos de forma bilateral”, indica um comunicado do Governo.

Este apelo “prejudica seriamente as negociações bilaterais entre os dois países” sobre o regresso dos refugiados, acrescentou.

Quase 900 mil muçulmanos rohingyas da Birmânia vivem em condições insalubres em acampamentos no sul do Bangladesh. O êxodo de mais de 600 mil pessoas desde o fim de agosto foi classificado pela ONU como uma “limpeza étnica”.

Nas suas declarações, os 15 membros do Conselho de Segurança, incluindo Pequim, exprimiram a sua “grave preocupação” perante as violações de direitos humanos, “incluindo aqueles cometidos pelas forças de segurança da Birmânia”, e exigem que os responsáveis sejam levados perante a justiça. Estas violações incluem mortes, abusos sexuais e queima de casas e bens dos rohingyas.

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