A Venezuela e a Rússia chegaram a acordo para a reestruturação da dívida que Caracas mantém por conta do fornecimento de produtos industriais e outros.

O acordo foi confirmado aos jornalistas pelo ministro de Finanças da Rússia, Anton Silouanov e tem lugar depois de Caracas aceitar as condições impostas por Moscovo para a reestruturação da dívida.

“Os venezuelanos confirmaram as condições que estão a ser negociadas e o processo entrará na fase final”, disse o ministro russo, citado pela agência de notícias russa Itar-Tass.

Por outro lado, em declarações à agência de notícias russa RIA Novosti, o embaixador da Venezuela em Moscovo, Carlos Faria Tortosa, avançou que a assinatura do acordo de reestruturação da dívida está prevista para o próximo 15 de novembro.

A reestruturação da dívida, segundo a imprensa venezuelana, fez parte de um encontro, entre o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, que teve lugar a 4 de outubro passado no âmbito de um périplo do líder venezuelano que incluiu ainda uma visita a Bielorrússia e à Turquia.

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Em finais de outubro Anton Silouanov anunciou que a Rússia estava na disposição de conceder facilidades e reestruturar o pagamento da dívida venezuelana.

Em 2011 a Rússia emprestou 4 mil milhões de dólares (3.448 milhões de euros) a Caracas, para o financiamento de produtos industriais russos, armamento, tanques e mísseis. A Venezuela previa pagar o empréstimo até finais de 2014.

Em 2015 a Rússia anunciou uma flexibilização do prazo de pagamento acordado.

Por outro lado, um acordo assinado entre a Venezuela e a Rússia, em setembro de 2016, dá conta de uma dívida de 2.840 milhões de dólares (2.448 milhões de euros), que seriam pagos semestralmente, durante três anos, a partir de 2019.

Citando a petrolífera russa Rosneft, a imprensa explica que em agosto último a empresa estatal Petróleos da Venezuela SA (PDVSA), tem contas em atraso desde 2014.

A 3 de novembro a Venezuela convocou os portadores de títulos de dívida do Estado para uma reunião, que terá lugar a 13 de novembro, com o objetivo de renegociar o pagamento da dívida.

A convocatória foi feita pelo vice-Presidente da Venezuela, Tarek El Aissami, que também preside à comissão especial para o refinanciamento da dívida externa venezuelana.

Nicolás Maduro anunciou a 2 de novembro uma reestruturação e refinanciamento total da dívida externa do país e dos títulos da PDVSA.