O líder da missão de observadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), nas autárquicas e legislativas na Guiné Equatorial, disse esta sexta-feira esperar “uma participação elevada” e que as eleições sejam “justas e livres”.

“Esperamos que haja uma participação elevada das pessoas e estamos confiantes de que será uma eleição justa, livre e participada”, afirmou à Lusa Jorge Borges, diplomata e antigo ministro cabo-verdiano, após uma audiência com o Presidente equato-guineense, Teodoro Obiang Nguema, com quem trocou “umas palavras em português”.

A Guiné Equatorial é o mais recente membro da CPLP, tendo aderido em 2014 com a promessa de ensinar o português e de acabar com a pena de morte no país.

Jorge Borges explicou que a missão de observadores eleitorais foi reforçada com os embaixadores dos países de língua portuguesa no país e irão ser distribuídos por vários locais do país. “O nosso papel é de acompanhamento” do ato eleitoral, afirmou o diplomata, salientando que não irá competir à missão um papel de fiscalização dos procedimentos.

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Por seu turno, Pierre Damien Habumuremyi, antigo primeiro-ministro do Ruanda que lidera a missão de observação da União Africana, afirmou aos jornalistas que o objetivo da equipa é “acompanhar e ajudar no processo eleitoral”, prometendo trazer “a solidariedade africana no acompanhamento das eleições” e saudando a realização regular de eleições no país, liderado desde 1979 por Teodoro Obiang Nguema Mbasogo.

A CPLP preparou-se para ter três equipas no terreno, com membros de todos os países-membros, e a União Africana terá 11 grupos de acompanhamento, para cobrir as sete regiões eleitorais do país. As equipas de observadores serão distribuídas por vários locais do país, desde Mongomo, na fronteira com os Camarões, até à ilha de Ano Bom, a sul de São Tomé e Príncipe.

As eleições legislativas e autárquicas irão eleger os responsáveis locais e os deputados da Câmara de Deputados e do Senado. O regime é presidencialista, cabendo ao parlamento o poder legislativo, já que o primeiro-ministro é nomeado diretamente pelo Presidente.

A oposição tem-se queixado da falta de liberdade política e de expressão, uma crítica que é subscrita por várias organizações não-governamentais.