O Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, disse ter esfaqueado uma pessoa até à morte quando tinha 16 anos como forma de promover a sua guerra contra as drogas, que já fez mais de 100 mil mortos. Duterte falava para a comunidade filipina do Vietname, onde se encontra para participar na cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (Apec).

Duterte revelou que quando era adolescente “tinha rixas aqui, rixas ali” e “entrava e saía da prisão”. “Com 16 anos de idade eu já tinha matado alguém”, disse. “Uma pessoa real, durante uma rixa. Um esfaqueamento. Só tinha 16 anos de idade. Foi só por um olhar”.

Um porta-voz do presidente das Filipinas disse que Duterte estava a “gracejar” quando fez as declarações e que o mesmo utilizava “linguagem colorida” quando se dirigia a comunidades de filipinos no estrangeiro. Noutras situações, membros do governo do presidente das Filipinas disseram que este “gosta de hipérbole” para justificar algumas das suas declarações.

A governação de Rodrigo Duterte tem estado marcada pelo combate implacável contra as drogas ilegais. Nestes 16 meses de governo, estima-se que a ‘guerra’ do presidente já tenha feito cerca de 100 mil mortos. A polícia filipina diz ter morto apenas 3.967 pessoas, e dados oficiais dizem que outras 2.290 pessoas morreram em crimes relacionados com a droga. As restantes mortes continuam sem explicação.

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Na mesma altura em que disse ter morto uma pessoa aos 16 anos, Duterte ameaçou dar uma bofetada à relatora das Nações Unidas para mortes extrajudiciais, Agnes Callamard, crítica do guerra contra as drogas, porque diz estar a ser “insultado”.

Rodrigo Duterte propôs ainda a organização de uma cimeira mundial para os direitos humanos com o propósito de analisar as violações de todos os países. “Vamos investigar as violações de direitos humanos cometidas por todos os países”, disse, referindo posteriormente a França, a Rússia e os Estados Unidos da América.

Na próxima semana, as Filipinas vão receber Donald Trump e outros líderes mundiais a propósito da cimeira da Associação de Nações do Sudeste Asiático. Trump congratulou Duterte pelo combate às drogas, dizendo-lhe por telefone que estava a fazer “um bom trabalho”.