Os carros que alinham nos ralis do Campeonato do Mundo e que estão em condições de disputar a vitória, por serem os mais potentes, sofisticados e eficazes, são os WRC, ou World Rally Car. Mas custam para cima de 1 milhão de euros e as marcas que os constroem só os fornecem às equipas oficiais e a algumas (poucas) semi-privadas. Isto incluindo a própria M-Sport, preparador privado do ex-piloto Malcom Wilson (que durante anos disputou o Mundial de Ralis com a Ford e participou várias vezes no Rali de Portugal), que apesar de correr com o Ford Fiesta, pouco ou nada recebe de apoio (monetário e muito menos técnico) do gigante americano, o que só valoriza o trabalho do inglês. Especialmente este ano, em que se sagrou Campeã do Mundo de Ralis, com Sébastien Ogier.

Para além da categoria WRC, que agrupa os carros mais rápidos, há também os WRC2, veículos desenvolvidos segundo as especificações R5 da Federação Internacional do Automóvel (FIA), menos sofisticados e substancialmente mais em conta, recorrendo a um motor 1.6 turbo com base num modelo de série, o que não os impede de debitar 280 cv, contra os 380 cv reivindicados pelos WRC (há quem fale em pouco mais de 400). Mas estes R5, ainda assim, estão equipados com sistemas relativamente simples de quatro rodas motrizes e caixas de competição sequenciais, o que permite preços até 180.000€, valor limitado por regulamento.

A classe R5 foi este ano dominada pela Skoda e não é a primeira vez que a marca checa do Grupo Volkswagen faz a ‘vida negra’ à concorrência na classe. Contudo, não faltam adversários e, ao selecto grupo, junta-se agora mais um: a Citroën, com o novo C3 R5. A nova máquina de ralis francesa vai estrear no Rali do Var, o último do campeonato francês, com o francês Yoann Bonato ao volante, ele que já se sagrou campeão de França com o DS3 R5, outro carro do Grupo PSA.

O novo C3 R5, que além de disputar o Mundial no WRC2, vai ser também muito pretendido para os diversos campeonatos nacionais por essa Europa fora – a começar por Portugal, onde há vários Skoda a correr e também DS3 –, foi alvo de um extenso processo de desenvolvimento desde o início de Setembro, para o qual contou não só com o trabalho de Bonato, como ainda de Stéphane Lefebvre e Craig Breen, os pilotos da Citroën no WRC.

Do sucesso do D3 R5 no Rali do Var depende igualmente o seu sucesso comercial, pois todos os pilotos por essa Europa fora querem saber se o novo Citroën de R5 pode, ou não, destronar o líder Skoda Fabia.

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