À primeira vista podia parecer uma espécie de repetição das declarações que já tinha feito no início da semana, mas esmiuçando o conteúdo representa mais do que isso: Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, voltou esta quarta-feira a abordar o apuramento de responsabilidades no caso da legionela e de Tancos, para sublinhar que os relatórios de ambos os casos — mesmo do foro interno e administrativo — devem ser tornados públicos. Marcelo estava a falar tanto para o Ministério da Defesa como para o Ministério da Saúde, sendo também certo que parte do relatório de Pedrógão Grande ainda não foi divulgado e permanece secreto. Havia de acrescentar o Ministério Público no rol de entidades, mas esses inquéritos são públicos assim que acaba o segredo de justiça. O Presidente ainda avisou que não se esquece, porque tem “memória de elefante”.

O que disse vale para todos os casos em que importa apurar o que se passou e em que há entidades encarregadas de investigar: por um lado, a administração pública, através de relatórios técnicos e administrativos, algo que se pode aplicar ao caso da legionela, a Tancos ou outros casos; por outro, ao Ministério Público, naquilo que pode ter a ver com relatórios jurídicos ou jurídico-criminais”, comentou, à margem da inauguração em Lisboa da exposição “Ilhas do Ouro Branco – Arquipélago da Madeira – Do Século XV ao Século XVI”, no Museu Nacional de Arte Antiga.

“Disse-o a propósito do que tinha dito na véspera ao Ministro da Saúde. Há aqui duas investigações em simultâneo. O que espero, ou o que os portugueses esperam, é que, num caso e noutro, haja a divulgação pública das investigações que decorrem, a administrativa e a judicial”, acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa. E garantiu, em modo de aviso, que não se iria deixar o apuramento de responsabilidades cair no esquecimento:

O Presidente da República não se esquece, tem uma memória de elefante”, rematou sobre o assunto.

O Presidente da República falou também sobre a greve que os professores realizaram esta quarta-feira. “Tratando-se de uma controvérsia que está ainda em objeto de discussão e votação, tudo o que dissesse limitaria os deputados. As greves são uma expressão normal de democracia”, salientou, antes de admitir também o interesse enquanto Presidente da República na participação do país na cooperação permanente de segurança e defesa europeia.

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