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Peixe na Avenida: depois de Nova Iorque, sem espinhas em Lisboa

Este artigo tem mais de 5 anos

Luísa Fernandes deixou Portugal para realizar um sonho: viver nos EUA. Várias décadas depois, a portuguesa regressou, lidera o Peixe na Avenida e trouxe uma mão cheia de histórias.

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Nome: Peixe na Avenida
Abriu em: Outubro de 2017
Onde fica: Rua Conceição da Glória, 2-6, (Avenida da Liberdade), Lisboa
O que é: Um restaurante exclusivamente dedicado o peixe que é dirigido pela chef Luísa Fernandes, portuguesa que fez sucesso em Nova Iorque
Quem manda: José Cabral
Quanto custa: Entre 25 a 30€ por pessoa.
Uma dica: Se não gostar de peixe, não tem que se preocupar: há um (só mesmo um!), prato de carne.
Contacto: 309 765 939
Horário: De terça a sábado, das 12h às 15h e das 18h30 às 24; domingo, das 18h30 às 24h (fecha segunda)
Links importantes: Facebook

A História

Se há alguém que possa alegar com toda a autoridade que a sua vida dava um filme de Hollywood, essa pessoa é Luísa Fernandes, a chef deste novo Peixe na Avenida, em Lisboa. Enfermeira de formação, Luísa (hoje com 64 anos) teve em tempos um restaurante na zona de São Bento, em Lisboa. “Era um espaço muito popular, estava sempre cheio”, mas que se viu forçado a fechar portas. Quando isso aconteceu, Luísa decidiu mudar de vida e realizar o sonho que tinha “desde sempre”. Aos 40 anos vendeu tudo o que tinha, comprou um bilhete de avião e mudou-se para Nova Iorque.

“Fui para a América sem conhecer ninguém e sem falar inglês”, explica a chef. Viveu num “quarto de uma conhecida” durante uns tempos e decidiu partir à procura de emprego quando percebeu que podia ser forçada a regressar (não tinha visto de residente). Dado o passado que tinha na restauração, a escolha de uma nova carreira, pensou, teria de passar pela mesma área. Fez uma lista de vários restaurantes portugueses em território nova iorquino e começou à procura.

A demanda demorou pouco tempo e acabou por garantir um lugar como chef pasteleira. Luísa estabeleceu-se, aprendeu inglês, foi mudando de restaurantes (“queria dominar cozinha americana, não só portuguesa!”) até que finalmente alcançou aquilo a que chama “o segundo melhor dia da sua vida” (o primeiro foi quando terminou a famosa maratona de Nova Iorque, mesmo antes de regressar a Portugal em definitivo): venceu o programa de televisão Chopped, concurso de cozinheiros transmitido pelo maior canal de comida dos EUA, o Food Network.

Apesar de admitir que a vitória a fez sentir-se sozinha — “tinha ganho, mas não havia ninguém com quem pudesse celebrar, estava sozinha e não tinha muitos amigo”, explica –, a verdade é que Luísa passou a ser reconhecida na rua. A sua carreira prosseguiu ainda mais pujante, até alcançou a posição de chef executiva do Robert, célebre restaurante no topo do Museum of Art and Design, mas tudo isso mudou quando um problema de saúde a fez regressar.

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Luísa pode ter deixado Nova Iorque, mas não largou o bicho da gastronomia: mal aterrou começou a procurar um espaço onde pudesse montar um restaurante. Depois de muito vasculhar – “Lisboa está muito cara, é muito complicado encontrar imobiliário a preços acessíveis” — acabou por conhecer José Cabral. “Ele precisava de uma cozinheira e eu ofereci-me”. Começou assim uma nova fase na vida da chef Luísa Fernandes.

O Espaço

O espaço onde agora se encontra este Peixe na Avenida costumava ser uma casa de animação noturna. Na sua encarnação passada tinha duas áreas: um piso superior, que servia de bar, e um inferior, maior, onde ficava uma discoteca. Por muito que Luísa já pense em talvez transformar esse andar subterrâneo “numa espécie de wine bar”, por enquanto, tudo acontece apenas no piso térreo.

“Não gostava nada da decoração anterior! Havia umas sereias horríveis nas paredes”, explica a sexagenária, entre risos, apontando para os painéis brancos e dourados que forram a sala de refeições. Pautado por um estilo moderno e de linhas simples, o Peixe na Avenida é aquele género de restaurantes que parecem ser concebidos de propósito para receber almoços de negócios ou jantares com os sogros — por muito relaxado que possa ser, há um certo formalismo subtil que paira no ar.

O bar que fica ao fundo da sala é comprido e também pode receber clientes (as cadeiras altas garantem isso).

Mediante acordo prévio, é possível organizar jantares de grupo — no dia em que o Observador visitou esta novidade, havia um de 50 pessoa já planeado.

A entrada e a sala de refeições do Peixe em Lisboa. ©Divulgação

A Comida

Aqui não há margem para enganos: o peixe é quem mais ordena. Sobre a orientação da sua ementa, a chef Luísa explica que é impossível dissociar Portugal do mar. A princípio, tentou materializar essa ligação fazendo um menu inspirado nas espécies típicas de cada praia do país, desafio que cedo se revelou impossível de superar — “há muita coisa, é impossível fazer uma ementa dentro desse conceito”.

A solução para esse problema veio dos navegadores portugueses e do tempo dos Descobrimentos — “A minha carta é inspirada nos sete mares que os nossos marinheiros atravessaram”, conta. É por causa disto que vai encontrar pratos com influências sul-americanas (como o ceviche de atum rabilho dos Açores, que custa 13€) ou orientais (veja-se o bacalhau asiático, que é servido com couve bok choi, raíz de lotus, arroz de bambu selvagem, gengibre e soja, custando 19€), por exemplo. O receituário português, como seria de esperar, também se faz sentir, especialmente em pratos como o polvo assado com vinho tinto (17€) ou o pargo selvagem com esmagada de batata vitelote e peixinhos da horta (19,50€).

Resta sublinhar que todo o peixe que aqui se serve é selvagem e que, apesar de tudo, há um prato de carne. “No Le Bernardin [famoso restaurante em Nova Iorque que também se dedica em exclusivo aos produtos do mar], do chef Eric Ripert, servem o bife “Just in Case” [expressão idiomática semelhante ao “pelo sim pelo não” português]. Achei piada e quis fazer o mesmo aqui”, concluí Luísa.

“Cuidado, está quente” é uma rubrica do Observador onde se dão a conhecer novos restaurantes.

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