Estava em prisão domiciliária na Venezuela, mas escapou esta sexta-feira para a Colômbia. Destino final: Madrid. Antonio Ledezma, ex-presidente da câmara de Caracas, era um dos rostos da oposição a Nicolás Maduro, estando detido na Venezuela desde 2015. De acordo com a imprensa espanhola, Ledezma chegou à Colômbia esta sexta-feira de manhã, por terra, depois de uma viagem de mais de 15 horas, conforme confirmou a mulher de Ledezma e o gabinete de Imigração de Bogotá.

Na nota emitida pelo gabinete de Imigração colombiano, lê-se que Ledezma entrou na Colômbia “pela ponte Simón Bolívar, na localidade de Villa del Rosario, e fez os trâmites migratórios correspondentes”, tendo recebido um visto de turista. Ou seja, uma autorização que lhe permite permanecer no país um máximo de 90 dias. Mas o destino final não é a Colômbia, mas sim Espanha. Foi o próprio que confirmou aos jornalistas na cidade fronteiriça de Cúcuta: “Não podemos perder a esperança, essa é a grande virtude do povo venezuelano”, disse, depois de confirmar que o seu destino será a Europa, onde, explicou, vai iniciar uma “peregrinação pelo mundo” para denunciar a “perseguição política” que se passa na Venezuela.

O jornal venezuelano El Nacional dava conta esta sexta-feira de que o fundador do partido de oposição Aliança Bravo Povo (ABP), “escapou na madrugada de sexta-feira pela fronteira em direção à Colômbia” e que “teria como destino final um país europeu”.

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De acordo com o El País, as autoridades colombianas explicaram que a entrada de Ledezma no país foi feita nos termos da lei, por não existir um mandado internacional nem um pedido de detenção da Venezuela. Ledezma disse inclusive ter falado com Juan Manuel Santos ao telefone, e que o facto de o governo colombiano ter sido um dos mais críticos da “ditadura” de Maduro foi considerado na hora da fuga para aquele destino.

“Este telefonema e as palavras do presidente colombiano não são uma solidariedade com a oposição. São uma solidariedade com a democracia venezuelana”, disse Ledezma numa entrevista em Bogotá ao canal NTN 24, onde apareceu com a bandeira venezuelana ao ombro.

Antonio Ledezma foi preso pela primeira vez em 2015 quando era autarca de Caracas, tendo começado por estar quatro meses detido. Por motivos de saúde foi-lhe permitida a prisão domiciliar, mas em agosto deste ano foi novamente preso durante três dias, depois de ser acusado pelas autoridades, juntamente com Leopoldo López, de violar as condições da prisão domiciliária.