O homem que se barricou, na quinta-feira à tarde, num supermercado em São Miguel de Poiares, Vila Nova de Poiares, já se entregou às autoridades, avança o Correio da Manhã ao final da tarde desta sexta-feira, e foi hospitalizado para avaliação psiquiátrica. Antes, ao Observador, o major Videira, em representação do Comando Territorial de Coimbra da GNR, tinha confirmado a situação que decorreu durante quase 24 horas.

A GNR tentou negociar uma saída pacífica, mas o homem passou a noite e a manhã desta sexta-feira dentro do supermercado. Ao longo da manhã e do início da tarde desta sexta-feira, tudo se mantinha igual: “A situação mantém-se inalterada. Continuamos com negociações para tentar que o senhor se entregue, mas ele está a protelar”, avançou ao Observador o major Videira, acrescentando que o barricado estava sozinho e que não havia “risco de agressões”. Não adiantou porém o número de elementos presentes no local, para não comprometer a operação.

O porta-voz da GNR, Bruno Marques, disse entretanto à agência Lusa que o homem foi detido após “a intervenção tática” dos militares da guarda, que culminou com a detenção do suspeito “em segurança”, apesar de o homem “ter resistido à detenção”. A intervenção realizou-se, segundo Bruno Marques, “por motivos de segurança do próprio indivíduo”, que tinha na sua posse duas armas e que terá tentado assaltar o supermercado na tarde de quinta-feira.

De acordo com o major Videira, o homem que esteve barricado tem cerca de 50 anos e entrou no supermercado pelas 17h15 de quinta-feira, movido por uma disputa de terras. “A motivação foi um diferendo com terrenos anexos ou onde terá sido construído o próprio supermercado e o não pagamento desses terrenos que evoca como sendo seus”, explicou ao Observador.

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O JN conta que o homem entrou no supermercado Rui & Dinora na quinta-feira, armado com uma caçadeira e uma pistola e que no local estariam 15 pessoas, mas o responsável da GNR não confirmou o número de clientes e funcionários que estariam no local. Um funcionário acabou por ficar “ferido numa situação pontual em que o barricado se cruzou com ele e lhe mandou uma coronhada”. O ferido, que seria o proprietário do estabelecimento, foi logo enviado para os Hospitais da Universidade de Coimbra.

O homem foi detido “sem nenhum trauma” após uma intervenção tática dos militares de operações especiais da GNR, disse aos jornalistas o tenente-coronel Henrique Armindo, segundo comandante do Comando Territorial de Coimbra. O indivíduo “não sofreu ferimentos nenhum, pelo menos aparente, e foi conduzido sob detenção ao hospital para uma avaliação psiquiátrica”, explicou.

Segundo Henrique Armindo, o homem não se rendeu e foi necessário atuar “e usar a força sem sequências de maior, para a segurança dele e dos nossos militares”. Na operação tática, foram usadas armas não letais e a força física, acrescentou.

“Ele estava armado, tinha duas armas, uma pistola e uma caçadeira, mas não as conseguiu utilizar”, salientou o oficial, acrescentando que o homem “estaria muito cansado, um pouco desorientado e, portanto, com a ação acabou por não conseguir resistir”.

O segundo comandante do Comando Territorial de Coimbra salientou que a “GNR fez tudo para que não houvesse qualquer ferimento ou qualquer problema para o homem e militares. O indivíduo, que é emigrante em França, será presente a tribunal logo que esteja concluída a avaliação psiquiátrica. De acordo com Henrique Armindo, a ação do detido terá a ver com “problemas antigos de partilhas de terrenos e negócios mal resolvidos”, que envolvem parte do local onde está implantado o supermercado.