O Mónaco vai construir um novo complexo para milionários no Mediterrâneo. O Principado enfrenta uma crise imobiliária e não tem terrenos suficientes para alojar os 2.700 milionários que pretendem ali estabelecer-se na próxima década.

Ao que parece, a cidade-estado soberana ficou sem espaço para construir e o príncipe Alberto II aprovou então o “projeto de extensão urbana offshore“, que vai permitir acrescentar seis hectares aos 202 que detém agora. A ideia é recuperar a terra que existe em torno do Mónaco de modo a aumentar o espaço para construção. Este projeto vai permitir a construção de 120 habitações de luxo, que vão ser vendidas por mais de 84.778,2 euros por metro quadrado – mais caro que um Hyde Park em Londres ou Central Park West, em Manhattan.

O esquema do projeto está explicado no vídeo abaixo.

Sem consequências a nível ambiental

Portier Cove, o novo bairro perto do Casino de Monte-Carlo, é considerado imprescindível para o crescimento contínuo do Principado, contudo há quem se preocupe com os ecossistemas. A Bouygues, a empresa de construção que está por detrás do projeto, diz não haver nenhum efeito prejudicial para o meio ambiente.

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A vermelho encontra-se assinalada a zona do novo complexo de Portier Cove.

As espécies que se encontravam no fundo do mar foram retiradas e transferidas para uma nova reserva, e os recifes de coral artificiais impressos em três dimensões, usados para criar o limite da nova terra, vão constituir um novo recife falso para animais selvagens.

Afinal quem é que compra habitações de luxo no Mónaco?

A maioria dos que pretendem investir em habitações de luxo no Mónaco tem grandes fortunas – com mais de sete dígitos, segundo o que publicou o jornal The Guardian. Mas a verdade é que apenas 70 das 120 habitações vão ser vendidas, uma vez que as restantes vão ficar retidas.

Tal é a procura por novas casas à beira-mar que o preço será pouco dissuasivo para os compradores – e para os seus consultores fiscais – que estão a pensar no futuro, com a preservação da riqueza para as gerações futuras das suas famílias”, disse Edward de Mallet Morgan, parceiro da empresa internacional Knight Frank.

Entre os ricos que vivem no Mónaco estão Philip Green e a sua esposa, Tina, os famosos pilotos de Fórmula 1 Lewis Hamilton e Jenson Button e o tenista Novak Djokovic.

Mallet Margon explicou que o Mónaco é um paraíso fiscal, com muitas benesses no que diz respeito aos impostos para as famílias, empresas e impostos sobre sucessões, daí os multimilionários quererem comprar e investir naquela cidade-estado. A isenção de impostos sobre heranças aplica-se a ativos ali mantidos e não há impostos sobre rendimentos pessoal. Para adquirir uma residência de luxo no Mónaco basta abrir uma conta bancária no país e depositar pelo menos 500 mil euros.

Há ainda o fator segurança: “As pessoas ricas costumam estar rodeadas de guarda-costas, no Mónaco isso não é preciso”, afirmou Nick Edmiston, fundador da construtora Edmiston&Co, que mora no Mónaco desde 1989, acrescentando que se pode caminhar na rua com jóias caras e mesmo assim sentir-se seguro.