O Novo Banco anunciou prejuízos no terceiro trimestre de 419,2 milhões de euros. Este valor traduz um agravamento de 8,9% face aos primeiros nove meses do ano passado que a instituição explica pela “decisão de não registar impostos diferidos adicionais”. Sem esse efeito, os resultados negativos teriam caído 34,7% para os 355,6 milhões de euros.

No mesmo período, o resultado operacional caiu ligeiramente para os 207,6 milhões de euros, uma evolução que o banco liderado por António Ramalho justifica com a evolução negativa da margem financeira, devido à redução do endividamento. No terceiro trimestre, o Novo Banco concretizou uma operação de recompra de obrigações, que permitiu reforçar os capitais e cumprir uma das condições para a sua venda ao fundo Lone Star.

Estas são aliás as últimas contas apresentadas enquanto banco de transição depois de consumada a transação em outubro deste ano. A americana Lone Star ficou com 75% do capital. Os outros 25% continuam nas mãos do Fundo de Resolução.

Do lado positivo, destaca a subida de 12% nas comissões para 231 milhões de euros.

O período foi ainda marcado por um aumento das imparidades (mais de metade resultou de perdas de crédito) de 563,2 milhões de euros, um valor que está 200 milhões de euros abaixo do registado no mesmo período do ano passado. Neste bolo está incluída uma fatia de 39 milhões de euros para reestruturação.

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A carteira de crédito baixou em 6,3%, o equivalente a menos 2,1 mil milhões de euros, com o banco a sublinhar a redução em 1,6 mil milhões dos empréstimos em incumprimento.

Nos depósitos, houve uma variação positiva de 5,3%, cerca de 1,3 mil milhões de crescimento num ano, a refletir também a adesão de muitos clientes de retalho do banco ao programa de recompra de obrigações, cujo reembolso seria feito num depósito a longo prazo com condições mais favoráveis.

A reestruturação do Novo Banco prosseguiu com a diminuição dos custos operacionais de 12,4%.

No final do terceiro trimestre, o rácio de capital CET1 fixou-se nos 10,9%, depois de concluída a operação de recompra de obrigações com um desconto. Esta transação permitiu um reforço imediato no capital de 217 milhões de euros, a que se soma um aumento de capital subscrito pelo novo acionista no valor de 750 milhões de euros. Até final do ano, vão entrar mais 250 milhões de euros.