A justiça romena arrestou esta terça-feira os bens, avaliados em 27 milhões de euros, do líder dos sociais-democratas (PSD, partido no poder), Liviu Dragnea, o homem forte da política nacional suspeito de irregularidades na utilização de fundos europeus.

Neste inquérito, anunciado na semana passada pelo procurador anticorrupção, Dragnea, 55 anos, é suspeito de abuso de poder e utilização de documentos falsos. As investigações relacionam-se com um presumível desvio de fundos destinados a projetos de infraestruturas quando assumia o cargo de chefe do conselho departamental de Teleorman (sul) entre 2000 e 2012.

Os “bens mobiliários e imobiliários” calculados em 127,5 milhões de lei (cerca de 27,4 milhões de euros) e pertencentes a Dragnea foram arrestados, anunciou em comunicado o procurador anticorrupção (DNA). Segundo a cadeia televisiva Digi24, casas, terrenos e contas bancárias foram designadamente abrangidos pela medida.

Quatro outros suspeitos visados neste dossiê também foram alvo de medidas similares, em montantes que ascendem entre 6,7 milhões e 27,4 milhões de euros.

Convocado na terça-feira pelos procuradores anticorrupção, o chefe dos sociais-democratas foi recebido na sede da DNA por dezenas de apoiantes e de opositores. Os seus detratores, para quem Dragnea incarna a vaga de corrupção política que tem assolado a Roménia, pediram a sua demissão e prisão.

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Atual presidente da câmara baixa do parlamento romeno, Dragnea não emitiu qualquer declaração mas já desmentiu qualquer irregularidade. Neste caso concreto, os procuradores romenos foram contactados em setembro de 2016 pelo Gabinete europeu de combate antifraude (Olaf), organismo que investiga as fraudes em detrimentos do orçamento da UE.

Liviu Dragnea, que exerce um apertado controlo sobre a maioria no poder e sobre o Governo, está a ser julgado num outro processo por “abuso de poder”, um caso relacionado com empregos fictícios, uma acusação que também rejeita.

Em 2016 Dragnea já foi condenado a dois anos de prisão com pena suspensa por fraude eleitoral, uma condenação que o impediu de se concorrer ao cargo de primeiro-ministro após a vitória do Partido Social Democrata (PSD) nas legislativas de dezembro.