Numa altura em que são vários os rivais europeus a apostar no mercado norte-americano, Carlos Ghosn, CEO da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi e principal responsável pela marca do losango, garante, pelo contrário, que a Renault não pensa num regresso, pelo menos a médio prazo, aos EUA. Até porque, defende, trata-se de um mercado “muito competitivo”, de onde a marca francesa está afastada há muito e onde, por isso mesmo venderia à partida poucas unidades. Pelo que o foco, em termos de crescimento, está sim na Ásia.

“Não, sinceramente, não estou a pensar nisso [a entrada no mercado norte-americano]. Não acredito que exista uma oportunidade para isso, a médio prazo”, afirmou em declarações ao Automotive News, Carlos Ghosn. Para quem, “ir para os Estados Unidos e vender apenas alguns carros, seria fácil. No entanto, é importante que tenhamos uma verdadeira estratégia de produto e marketing. Os EUA são um mercado muito competitivo”.

Objectivo: 14 milhões de veículos, já em 2022

Em compensação, o foco no crescimento vai continuar, sim, mas na Ásia, revela o CEO da Renault. O qual assume ter, desde já, como objectivo assumido, alcançar vendas na ordem dos 14 milhões de veículos por ano, a nível mundial, já para o ano fiscal de 2022.

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“Grande parte dessas vendas virão da China”, afirma Ghosn, recordando que “os construtores japoneses já estão a procurar marcar posição no mercado chinês, o mesmo acontecendo com a Renault. Sendo que, por exemplo, a Mitsubishi [fabricante que foi recentemente adquirido pela Aliança], está numa fase de crescimento total na China”.

Menos plataformas, menos fábricas

Refira-se ainda que, da estratégia desenvolvida pelo homem-forte da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, faz parte a redução do número de plataformas utilizadas pelas diferentes marcas do grupo para apenas quatro opções. Que, por sua vez, servirão de base a modelos sub-compactos, compactos, médios e eléctricos.

Simultaneamente, o objectivo é passar também a fabricar pelo menos três quartos dos modelos das diferentes marcas, nas mesmas fábricas onde, actualmente, são apenas produzidos cerca de um quarto.

Recorde-se que, só entre janeiro e junho de 2017, a Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi cotou-se como o maior construtor automóvel mundial, graças aos 5,2 milhões de viaturas entregues. Superando assim as vendas do Grupo Volkswagen em cerca de 400 mil unidades, bem como as da Toyota, neste caso em aproximadamente 600 mil automóveis.