O deputado do PCP António Filipe criticou esta quinta-feira a forma como o Governo decidiu alterar a sede do Infarmed de Lisboa para o Porto, considerando que o anúncio foi feito “de forma inopinada” e que causou “perplexidade” nos trabalhadores.

Em declarações no programa da TSF “Política Pura”, onde participa como comentador regular, o deputado comunista criticou a maneira como a decisão foi tomada e anunciada: “Esta é uma forma muito atabalhoada de o Governo dar um sinal de descentralização”, disse, reforçando que o Executivo surpreendeu “tudo e todos”. “O Governo não vai ter outra solução que não seja, para não perder a face, transferir o mínimo [de trabalhadores]”, acrescentou.

Quanto à possibilidade de o Governo poder obrigar trabalhadores do Infarmed a mudarem-se para o Porto — que alguns juristas asseguraram existir, de acordo com o jornal Expresso –, António Filipe diz duvidar de que “uma decisão unilateral do empregador” seja “legalmente possível”. “Se encontrassem algum subterfúgio legal que permitisse isto, seria inaceitável”, disse.

As declarações de António Filipe foram ao encontro das do seu colega de painel no programa da TSF, o eurodeputado do CDS Nuno Melo, que considerou a ideia de base boa, “na perspetiva do modelo descentralizador”, mas que criticou a forma como o processo foi conduzido. “O que é que o Governo pretende? Que os trabalhadores abandonem as suas famílias?”, questionou. “O procedimento foi péssimo”.

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